Depois de “Velho Chico”, os brasileiros puderam acompanhar mais um trabalho dirigido por Luiz Fernando Carvalho. “Dois Irmãos”, totalmente gravada em 2015, foi exibida até a última sexta-feira (20).
Novamente, chamou atenção o estilo “poético” da minissérie. “Quem criou a lei de que brasileiro só gosta de comédia rasteira?”, questionou o diretor em entrevista ao jornalista Maurício Stycer, do “UOL”. “‘Dois Irmãos’ é uma vitória da TV! Nos dias de hoje, onde cada vez menos se vê conteúdos com uma linguagem que dialoga com a alta literatura encontrando espaço, onde um gênero pouco tracejado como a tragédia familiar e a finitude das coisas encontra lugar na grade, onde tudo isso é praticamente inexistente, e, mesmo assim, conseguirmos um boa audiência e uma excelente repercussão, não posso entender de outra forma senão a de que, sim, é possível elevar o nível dos conteúdos da TV aberta”, disse.
Luiz Fernando também afirmou ser herdeiro de uma geração de diretores que busca não dar exatamente o que a audiência pede. “Precisamos oferecer algo que desestabilize esse modelo hegemônico, acachapante, e nos permita existir também. Uma coisa não tira o lugar da outra, basta que haja um equilíbrio e estes modelos coexistirão perfeitamente”.
Questionado sobre os destaques do elenco, Carvalho foi direto: “O maior destaque foi o conjunto, a unidade de interpretação entre todos”. “Calloni, Juliana, Fagundes, Eliane, Cauã, os lançamentos todos, um a um, todos chegaram lá. Esta é a mensagem de “Dois Irmãos” enquanto projeto: artistas genuínos! São eles o elemento vivo que imanta tudo: figurino, luz, cenários… Foram eles que deram verdade ao sobrado, às caracterizações, a tudo que os cercava“, completou.