Faleceu nesta quarta-feira (19), aos 86 anos, a atriz Neuza Amaral. Presença constante nas novelas da Globo dos anos 70 e 80, Neuza estava internada desde sábado (15), após ter sofrido uma embolia pulmonar. Ausente da TV desde “Pé na Jaca” (2006), Neuza Amaral deixa um filho, Philipe, e dois netos – sua obra, construída em 60 anos de carreira, inclui 20 longas-metragens e 16 peças de teatro.
Presente em produções da Tupi e Excelsior desde a década de 50, Neuza Amaral migrou para a Globo em 1967, em “A Sombra de Rebecca”, parcialmente escrita por Janete Clair, de quem foi parceira em “Irmãos Coragem”, “Selva de Pedra”, “Fogo Sobre Terra” – um de seus trabalhos mais marcantes – e “Bravo”, trama na qual sua personagem (a vilã Fabiana) enfrentava uma cirurgia de emergência; a sequência envolveu cenas reais de Neuza, então submetida a um procedimento estético.
Bissexta nos anos 90 (quando foi vereadora pelo Rio de Janeiro) e 2000, a atriz é pouco conhecida de noveleiros mais novos; entretanto, é possível compreender sua importância através da escalação de “pratas da casa” para remakes das novelas em que trabalhou e personagens que viveu: foi a Bruna, de “Plumas & Paetês”, defendida por Giulia Gam no remake “Ti Ti Ti”; também Emerenciana, em “Cabocla”, posteriormente interpretada por Patrícia Pillar.
A reprise de “Senhora do Destino”, em “Vale a Pena Ver de Novo”, possibilitou que o público conferisse outra vez o trabalho de Neuza Amaral, numa participação no primeiro capítulo como dona de uma maison. Ela também atuou na primeira telenovela diária do Brasil, “2-5499 Ocupado (1963), na Excelsior. Em 2008, contou sua trajetória na autobiografia “Deixa Comigo”, de quando dormia no chão envolvida em jornais, ainda criança, ao apreço pela leitura.