10 atores que nos deixaram em 2016

A morte de Domingos Montagner estarreceu o Brasil

Em 2016, um ano de tumulto nos bastidores do poder e de tragédias, naturais e/ou causadas pelo homem, a perda de grandes atores e atrizes entristeceu ainda mais os brasileiros. Relembre alguns talentos da TV brasileira que nos deixaram no ano que passou.

Antonio Pompêo foi encontrado morto em sua casa, em Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro, no dia 5 de janeiro. Um infarto fulminante levou o ator, com passagens pela Globo, Manchete e Record. Na ocasião, Pompêo estava no ar no Viva, como o carteiro Joaquim, de “Fera Ferida”; também em “Prova de Amor” e “Chamas da Vida”, então em reprise na Record. O Viva ainda resgatou outro trabalho de Antonio este ano: o Servílio, de “Mulheres de Areia”. Por ocasião do falecimento, a atriz Zezé Motta declarou que o amigo, de 62 anos, “morreu de tristeza”, deprimido com a falta de oportunidades no trabalho.

que_rei_sou_eu-tereza_rachel_i0000927

Vítima de um quadro agudo de obstrução intestinal, Tereza Rachel faleceu em 2 de abril, aos 82 anos, após quatro meses de internação. De grande importância para o teatro brasileiro, Tereza fez sucesso na TV com megeras histriônicas: Clô Hayala de “O Astro”, Marta Gama de “Baila Comigo”, Renata Dummont de “Louco Amor”, Francesca Ferreto de “A Próxima Vítima”. Mas será para sempre lembrada como a Rainha Valentine, a nobre de risada aguda e estridente que tocou o terror no reino de Avilan, em “Que Rei Sou Eu?”. Reclusa, Tereza Rachel passou seus últimos de vida afastada da TV, sendo vista em pequenas participações, como em “Caras e Bocas”.

Filho de Gianfrancesco Guarnieri e irmão de Paulo Guarnieri, também ator, Flávio Guarnieri faleceu em 7 de abril, vítima de leucemia, aos 56 anos. Estreou na TV em “Os Adolescentes”, da Band – num papel que lhe rendeu o APCA de ator-revelação de 1982 – após participar, ao lado do pai, do longa-metragem “Eles não usam black-tie”. Com extensa carreira no teatro, Flávio fez poucos trabalhos na televisão, tendo continuado, na primeira metade da década de 80, a serviço da Band. “Transas e Caretas”, de 1984, foi seu único trabalho na Globo. Sua última novela foi “Amigas e Rivais” (2007), do SBT.

Umberto-Magnani- divulgação_globo

Também em abril, dia 27, Umberto Magnani nos deixou. Talismã de Manoel Carlos – com quem trabalhou em “Felicidade” e “Mulheres Apaixonadas”, dentre outras – Umberto estava regressando à Globo após uma temporada na Record, numa trama de Benedito Ruy Barbosa, outro parceiro recorrente. Foi enquanto se preparava para entrar em cena, no dia de seu aniversário (25), que Umberto sofreu um AVE (acidente vascular encefálico, o popular “derrame”). Seu personagem, Padre Romão, deixou a cena – coube a Carlos Vereza responder por suas funções no enredo. A esposa do ator, Cecília, faleceu meses depois, em decorrência de uma infecção generalizada.

Ivan Cândido nos deixou em 31 de maio, aos 87 anos, acometido por uma pneumonia – que o levou a três paradas cardíacas. O ator passou quatro décadas na Globo, após a estreia na primeira versão de “Irmãos Coragem”, com personagens que iam dos capangas aos trambiqueiros, o que lhe conferiu uma certa “cara de mau”; tipos como o Técio, de “Água Viva” e o Anselmo, de “Roda de Fogo”. Deixou a telinha após uma participação em “Cobras & Lagartos” (2006). Também foi vencedor do prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Gramado, por “Lúcio Flávio, o passageiro da agonia”. Ivan Cândido pode ser visto na reprise de “Pai Herói”, em exibição no Viva.

Aos 58 anos, Guilherme Karan morre no Rio de Janeiro

O padecimento de Guilherme Karan, portador da síndrome Machado-Joseph, chegou ao fim em 7 de julho. Um dos atores mais festejados de sua geração, pela veia cômica, Karan fez sucesso no “TV Pirata”, clássico do humor da Globo. Em 1990, pediu um personagem sério ao autor Cassiano Gabus Mendes. Não deu certo. Escalado para o Porfírio, de “Meu Bem, Meu Mal”, Karan até adotou um ar soturno no início, mas logo ganhou tintas cômicas, reforçando seu talento nato – a novela estava em reexibição no Viva quando o ator faleceu. Foi parceiro de Glória Perez em inúmeros trabalhos, inclusive em seu último, “América”.

Elke-Maravilha-sai-do-coma-e-já-responde-a-estímulos

Elke Maravilha parecia imortal… Não era, infelizmente. Em agosto, dia 16, ficamos órfãos de sua excentricidade, sua alegria, sua sinceridade. Nascida na Rússia e radicada no Brasil, Elke será para sempre lembrada como jurada, dos programas de Abelardo Barbosa (o Chacrinha) e Silvio Santos. Poucos se recordam, no entanto, de suas participações em minisséries e novelas, como “Memórias de um Gigolô” (1986, Globo) e “Luz do Sol” (2007, Record); sem contar as tramas em que viveu ela mesma, como “Celebridade” e “Da Cor do Pecado”. Seu último trabalho foi o quadro “O Grande Plano”, do “Fantástico”, em que usava de sua experiência para ajudar jovens.

Chica Lopes estava ausente da TV há anos. A atriz, marcada por ter vivido a personagem Durvalina em duas versões distintas da mesma adaptação de “Éramos Seis”, começava a apresentar os primeiros sintomas de Alzheimer quando faleceu, enquanto dormia, aos 90 anos, em 10 de setembro. A notícia se propagou após a confirmação de Jussara Freire, colega de Chica nas já citadas versões de “Éramos Seis”. Com passagens pela Tupi e pela Record, a atriz será para sempre lembrada por suas personagens no SBT, quase todas empregadas domésticas – em “Pícara Sonhadora”, “Marisol” e “Cristal”, sua última novela, dentre outras.

Aos-54-anos-morre-o-ator-Duda-Ribeiro (1)

Setembro foi um mês difícil para a arte. No dia 14, faleceu Duda Ribeiro, que lutava contra um câncer de fígado desde 2010. A doença não o impediu de trabalhar: esteve em “Tapas & Beijos”, “Salve Jorge”, “Vai Que Cola” e “Procurando Casseta & Planeta”, nos últimos seis anos. Era um dos atores da patota de Glória Perez, com quem fez “Barriga de Aluguel”, “Pecado Capital” e “Caminho das Índias”. Também atuou em “Assalto ao Banco Central”, único filme de Marcos Paulo, vitimado por um câncer no esôfago; durante as filmagens, Duda, que se submeteu a um transplante em 2011, encorajava o diretor a lutar contra a doença.

Domingos Montagner

Uma tragédia. Não há outra definição para a morte de Domingos Montagner, em 15 de setembro. Amante do teatro e do circo, o autor estava no auge de uma carreira relativamente curta na TV – estreou em 2011, com “Cordel Encantado”, e em 2016, protagonizava sua primeira novela das nove, “Velho Chico”. Foi durante um mergulho num trecho do rio São Francisco, em águas aparentemente calmas, que Domingos nos deixou. O país parou diante das notícias sobre o desaparecimento do ator, os trabalhos de busca e a triste constatação de que não havia mais esperanças em encontra-lo com vida. Uma saudade que ainda dói…

Também faleceram neste ano: Daniel Lobo (em 24 de março, aos 43 anos), um dos intérpretes de Pedrinho na primeira versão do “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, em razão de um tumor; Carl Schumacher (em 23 de outubro, aos 53 anos), de novelas como “Eterna Magia” e “Água na Boca”; e Nadir Fernandes (em 7 de novembro, aos 78 anos), atriz de tramas como a primeira versão de “Pecado Capital”.

O que você achou? Siga @rd1oficial no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui
Duh SeccoDuh Secco
Duh Secco é  "telemaníaco" desde criancinha. Em 2014, criou o blog Vivo no Viva, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de repórter e colunista. Também está nas redes sociais e no YouTube (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.