A atriz que se tornou jornalista: uma conversa exclusiva com Sandra Annenberg

Sandra Annenberg concedeu entrevista exclusiva ao RD1
Sandra Annenberg concedeu entrevista exclusiva ao RD1 ( Imagem: João Cotta / Globo)

Por 18 anos, Sandra Annenberg foi a companhia preferida do público no início da tarde. À frente do Jornal Hoje, ela conquistou os telespectadores com seu estilo peculiar de transmitir as notícias – permitindo-se um certo envolvimento com os fatos que narrava, mas sem abrir mão de sua credibilidade.

No ano passado, um novo desafio a tirou de sua zona de conforto: a apresentação do Globo Repórter lhe proporcionou uma “sensação nova e deliciosa”, como ela faz questão de definir.

No dia em que vai ao ar o segundo programa especial pelos 70 anos da televisão brasileira, o RD1 publica uma entrevista especial com a atriz-jornalista que já escreveu seu nome na história do veículo.

E, se a proposta é falar da história da televisão, justo destacar a sua versatilidade. Se os mais jovens a conhecem pelas bancadas de telejornal, é preciso dizer que ela iniciou sua trajetória como atriz.

Na dramaturgia, Sandra Annenberg participou do seriado Bronco, com Ronald Golias, e das novelas Pacto de Sangue e Cortina de Vidro.

Ao longo do bate-papo, a jornalista fala dos diferentes momentos de sua carreira e de como a sua rotina foi afetada pela pandemia. Continue a leitura!

Sandra Annenberg e o jornalismo conversado

RD1 – Você é uma das jornalistas mais respeitadas e queridas pelo público. Que balanço faz de sua trajetória na TV (dos trabalhos como atriz às passagens pelos diferentes telejornais)?

Sandra Annenberg – Não existe recompensa melhor do que o respeito e o carinho do público. Durante toda a minha trajetória na TV, como atriz ou jornalista – me entreguei de corpo e alma, com verdade e emoção.

E receber de volta esse afeto é o maior reconhecimento que eu poderia ter. Sinto que consegui estabelecer uma cumplicidade com quem está do outro lado da tela e não há maior satisfação. Só tenho a agradecer essa parceria, viemos juntos até aqui e ainda há muito a caminhar.

Sandra Annenberg permaneceu no comando do Jornal Hoje por 16 anos (Imagem: Reprodução / Globo)

RD1 – É impossível conversar com Sandra Annenberg sem falar de Jornal Hoje. Ao longo de 18 anos, você teve três companheiros de bancada: Carlos Nascimento, Evaristo Costa e Dony de Nuccio. A que você atribui uma permanência tão longeva e bem-sucedida no mesmo posto?

Sandra Annenberg – Estou no jornalismo da Globo há 29 anos, passei por todos os telejornais, mas fiquei mais tempo no JH. Ao longo desses 18 anos, construí uma maneira de me comunicar, de contar os fatos.

Sabemos que algumas notícias não são boas nem fáceis. Eu falo do que aconteceu como gostaria de ser informada, olho no olho. E compartilho com o telespectador o incômodo, a indignação.

Sempre busquei um tom de conversa, de proximidade, afinal, todos nós somos afetados pelos acontecimentos, inclusive quem os relata.

Adrenalina, calma e estranhamento

RD1 – Desde setembro do ano passado, você está à frente do Globo Repórter. Como você avalia, tanto para a sua rotina pessoal, quanto profissionalmente, a troca de um jornal Hard News por um programa que, historicamente, trata de temas mais leves?

Sandra Annenberg – Foi uma coincidência incrível: na semana em que a TV brasileira completou 70 anos, completei um ano no Globo Repórter.

Nos primeiros meses depois que saí do JH, senti falta da adrenalina do jornal ao vivo. Mas fui sentindo o prazer de trabalhar com mais tempo, com mais calma. Uma sensação nova e deliciosa.

Justo quando estávamos gravando o meu primeiro programa como repórter no Globo Repórter, no começo deste ano, veio a pandemia e tivemos que interromper. Mas, assim que der, retomaremos.

Sandra Annenberg comandou o Como Será?, que permanece em reprise na grade (Imagem: Divulgação / Globo)

RD1 – Nos últimos anos, você também comandou o Como Será?, que está em retrospectiva na grade. O programa se destacou por dar visibilidade às boas iniciativas. Como é o seu engajamento pela construção de um mundo melhor? Que legado o programa deixará para a sua carreira / vida pessoal?

Sandra Annenberg – O Como Será? era uma programa que questionava o mundo, não à toa trazia no nome uma interrogação.

A ideia era justamente parar e prestar atenção em como precisamos mudar os nossos hábitos para que as próximas gerações tenham, no futuro, um mundo melhor. E é possível.

A base é e sempre será a educação. Cada tema que colocávamos no ar, nos fazia refletir sobre as nossas atitudes e nos levava a rever nosso comportamento. Legado maior não há.

Sandra Annenberg e o legado da pandemia

RD1 – Como essa pandemia do coronavírus afetou a Sandra, como pessoa e profissional? Que lições e transformações poderemos tirar dessa época?

Sandra Annenberg – O trabalho dos jornalistas tem sido fundamental para informar sobre essa pandemia. Tenho certeza que esse serviço é responsável por salvar milhares de vidas. Ninguém fica indiferente ao acompanhar essa situação.

Essa doença causada por um inimigo invisível está mexendo profundamente com todos, ninguém vai sair igual. Se existe uma lição desse período é que é urgente nos preocuparmos uns com os outros.

RD1 – Pretendo sempre terminar a entrevista da mesma maneira: sem ser  o Globo Repórter ou Como Será?, o que você gosta  de assistir na TV? Pode citar várias coisas.

Sandra Annenberg – Eu sou viciada em notícia. Assisto ao Jornal Nacional na TV aberta e à GloboNews no Globoplay.

Conheça o Projeto Telejornalismo Regional

RD1 está promovendo uma série de entrevistas com apresentadores de telejornais locais em todo o país. Releia os conteúdos já publicados:

Mário Motta – Jornal do Almoço – NSC / Globo Santa Catarina

Philipe Lemos  ES 1  TV Gazeta / Globo Espírito Santo

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Piero VergílioPiero Vergílio
Piero Vergílio é jornalista profissional desde 2006. Já trabalhou em revistas de entretenimento no interior de SP e teve passagens pelo próprio RD1. Em tempos de redes sociais, criou um perfil (@jornalistavetv) para comentar TV pelo Twitter e interagir com outros fãs do veículo. Agora, volta ao RD1 com a missão de publicar novidades sobre a programação sem o limite de 280 caracteres.