Ali Kamel responde questionamento sobre jornalismo da Globo: “Não posso me calar diante de ofensas tão graves”

Ali Kamel (com William Bonner) admite erros políticos da Globo, mas rechaça acusação de que a emissora intenta derrubar Michel Temer.
Ali Kamel (com William Bonner) admite erros políticos da Globo, mas rechaça acusação de que a emissora intenta derrubar Michel Temer

Diretor geral de Jornalismo e Esporte da Globo, Ali Kamel publicou nesta quinta-feira (25), na “Folha de S.Paulo”, uma resposta ao artigo de Marcelo Coelho, membro do conselho editorial do jornal e autor de uma coluna de variedades. Em sua análise desta semana, Coelho relata teorias conspiratórias a respeito da emissora e de sua suposta tentativa de tirar Michel Temer da presidência da República, além de rememorar a controversa relação do canal com o cenário político do país.

Não posso me calar diante de ofensas tão graves ao jornalismo que dirijo e aos colegas com quem trabalho”, inicia Kamel, de forma dura: “Coelho começa mentindo: “Veio da Rede Globo o noticiário que torna praticamente inviáveis as reformas liberais do seu governo [no caso, Michel Temer]”. O noticiário não veio da Globo, mas de uma investigação da Procuradoria Geral da República. […] A isso chamamos de “furo””.

Ali prossegue citando os casos listados por Marcelo, a respeito da questionável conduta da Globo em polêmicas como a edição do debate de Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva, então presidenciáveis, em 1989. “Erros que a Globo reconhece parcialmente (o das Diretas) erros que refuta (Proconsult e “invenção” de Collor) e erros que admite (edição do debate de 1989)”.

Prefere realçar os ataques à Globo, mas omite aqueles que a própria Folha sofre, quando, justa ou injustamente, é chamada de Falha de S. Paulo por seus supostos erros. Em momentos de radicalização política, sofrem aqueles que noticiam os fatos com independência”, sentencia o diretor geral. “A Globo não atacou ninguém: a Globo, noticiou, com fidelidade, as acusações que a Procuradoria faz. Pior, Coelho deixa de mencionar que a Folha, apenas 33 minutos depois que “O Globo” deu o seu furo, repetiu as mesmas acusações, acrescentando que confirmara a notícia”.

Kamel prossegue, indignado: “O que mais choca, contudo, é a acusação vil contra um dos melhores times de jornalistas do Brasil, os da Globo News. […] É ultrajante. Eles levam ao público todas as visões: as do governo, as da oposição, as do Judiciário, as da sociedade civil. São intransigentes apenas em duas coisas: na defesa da democracia e na condenação à corrupção”.

Nos últimos anos, os alvos das investigações eram os presidentes Lula e Dilma. A TV Globo noticiou todas as acusações contra eles, com a mesma intensidade, com a mesma postura de abrir espaço para o contraditório. Agora que o alvo é o presidente Temer e o tucano Aécio Neves, o que, segundo o colunista, inviabiliza as reformas liberais, Coelho se volta contra a Globo”, conclui Ali Kamel, questionando veladamente os reais interesses de Marcelo Coelho com seu artigo.

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