Um inquérito do Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal (MPT-DF) motivou a mudança de tom do SBT em chamadas sobre as reformas trabalhistas propostas pelo governo de Michel Temer. Antes incisivo, alarmando o telespectador, os anúncios agora sugerem que o público se informe melhor a respeito do que está em discussão nas altas esferas de Brasília.
Segundo o portal “UOL”, a procuradora Renata Coelho, responsável pelo Inquérito Civil, concluiu que a emissora exibia “chamadas publicitárias com informações duvidosas sobre o tema […] sem base fática ou documental, que não exprimiria opinião, mas sim afirmativa que sem a aprovação das reformas o país estará quebrado e o trabalhador ficaria sem salário”.
Coube ao SBT suspender as chamadas que traziam, entre outras mensagens “aterrorizantes”, falas como “você sabe que, se não for feita a reforma trabalhista, você pode deixar de receber o seu salário”. Devido à assinatura de um Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC), a emissora agora veicula vinhetas esclarecedoras, que se encerram com “informe-se como as reformas vão afetar você e forme sua opinião”.
Ficou estabelecido também que caso a TV de Silvio Santos volte a exibir as chamadas anteriores será penalizada com multa de R$ 10 mil, que será revertida ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) ou a outra instituição a critério do MPT-DF. Ao órgão, o SBT alegou que o “objetivo foi motivar a reflexão sobre o tema” e que “é empresa idônea, responsável e prima pelo cumprimento da legislação”. Também informou que não exibe os primeiros comerciais desde 12 de junho.