Ator da Globo revela o que passou após cena de beijo trans em Salve-se Quem Puder

Bernardo de Assis interpreta o office boy Catatau em Salve-se Quem Puder (Imagem: Reprodução / Globoplay)

O ator trans Bernardo de Assis protagonizou o primeiro beijo entre um rapaz trans e uma mulher cisgênero na novela Salve-se Quem Puder, da Globo, na pele do office boy Catatau, e falou sobre o assunto em entrevista à Quem.

Na ocasião, ele disse que foi atacado por conta das sequências ao lado da atriz Juliana Alves: “Tenho plena consciência de que é necessário e urgente passar por isso, para que outros artistas não passem por isso”.

“As pessoas não estão preparadas para ver pessoas trans em destaque, sem ser em situação de violência. A gente tem várias notícias diárias de pessoas trans sendo agredidas e mortas e isso não causa mais comoção”, explicou.

“Mas se colocam uma pessoa trans em destaque, falando do trabalho, na televisão, incomoda a sociedade. A gente quer falar das nossas carreiras, trabalho, estudo, talento. Queremos estar em todos os lugares”, disse ele.

“Vou ser honesto. Esperava [por isso], mas não estava preparado. A gente imagina que vai ter hater, principalmente quando se é da comunidade, está acostumado a ser atacado, mas eu não estava preparado para ser atacado dessa maneira. Foi uma onda de ódio e nenhum tipo de afago, carinho”, desabafou.

Em seguida, detalhou como tudo aconteceu:

“O primeiro impacto foi assustador. Depois vieram algumas mensagens de apoio. Mas foi uma coisa horrorosa e invasiva que eu não estava esperando. Estava de boa e de repente entrei no meu Instagram e fui bombardeado, pessoas me ligando, descobriram meu telefone, meu endereço, me ameaçaram.

Foi um dia depois da comemoração do Orgulho Gay, no qual todas as empresas e pessoas diziam apoiar a comunidade. No dia 28 de junho, todo mundo estava falando de respeito à comunidade LGBTQIAP+ e no dia seguindo fui massacrado. Tiveram algumas mensagens ameaçando dizendo que sabiam onde eu morava e me mostraram meu endereço e eu printei por segurança”.

“Acho que já passei por tanta coisa, senti, vivenciei. A gente morre todos os dias, somos assassinados todos os dias pelo que a gente é. Eu acredito muito no diálogo, na informação”, lamentou.

“Acredito que a maioria não age nem por maldade. Hoje, me encontro muito no processo de me amar como eu sou. As pessoas dizem muito que a pessoa trans odeia o corpo que habita e a gente acaba acreditando nisso”, prosseguiu.

“Mas precisamos apenas passar pelo processo de se amar, de se ver como alguém interessante. Estou nessa fase de me amar, me conhecer melhor”, finalizou.

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Da RedaçãoDa Redação
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