Micheli Machado, que interpreta a Jandira em Quanto Mais Vida, Melhor!, abriu o coração e recordou o racismo que enfrentou que infância.
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Em conversa com a Quem, a atriz declarou: “Como no Brasil sempre existiu um racismo velado, é inevitável que uma criança negra cresça sem passar por isso, mesmo que não perceba. Cresci ouvindo que eu era horrorosa, preta, pobre e por isso, nunca ia conseguir nada”.
O discurso influenciou a autoestima da artista. “Claro que isso afetou diretamente a minha autoestima, cresci com a autoestima zerada e só depois consegui perceber como o racismo nos afeta desde pequenos”, pontuou.
“Foi um processo para me aceitar, me empoderar e saber que poderia ser muito mais do que as pessoas me diziam que eu seria”, disse.
Casada com Robson Nunes, com quem tem uma filha, a Morena, de 11 anos, Micheli contou que é atenta com a educação da menina:
“Acredito que parte desse caminho, para uma sociedade mais justa e com menos preconceito, se dá à nova geração. Por isso, sempre conversamos muito com a Morena sobre representatividade, incentivamos a seguir os seus sonhos, amar seu cabelo e sua cor de pele, independente do que os outros vão dizer ou achar”.
“Mesmo com a pouca idade, ela já tem consciência que é muito amada e respeitada por seus pais, que seu cabelo é lindo e que ela pode ser o que ela quiser. Acho muito importante construirmos a autoestima dos nossos filhos, para que eles cresçam empoderados e não se deixem levar pelos preconceitos mais que ultrapassados da nossa sociedade”, disse Machado, que revelou ainda:
“Hoje a Morena é uma criança empoderada, ela chega na escola e fala sobre a história preta, quando tem a semana da cientista, ela busca por referências de mulheres pretas, por exemplo, e isso me dá muito orgulho!”.
Micheli Machado recorda convite para Quanto Mais Vida, Melhor!
Na conversa, a atriz ainda contou como surgiu a oportunidade para interpretar a Jandira na atual trama das 19h.
“Lembro que vibrei quando recebi o convite para fazer o teste de Jandira e me sinto feliz e realizada por essa conquista, principalmente por dar vida a uma personagem tão solar e cativante, que não reproduz estereótipos e com uma história bacana para contar”, destacou.
