Autora de Amor de Mãe revela detalhes sobre adaptação da novela com pandemia

Amor de Mãe
Responsável por Amor de Mãe, Manuela Dias desabafa sobre tormenta durante pandemia (Imagem: Divulgação / Globo)

A partir de amanhã (15), Amor de Mãe começará a exibir os novos capítulos da trama. Desde o dia 1º de março, a Globo vinha mostrando um resumo do que já havia acontecido no enredo, antes da parada da transmissão decorrente da pandemia do novo coronavírus.

Durante entrevista à colunista Carla Bittencourt, a autora Manuela Dias falou sobre os desafios em readaptar a novela com a situação atual do mundo. “Em uma novela realista como ‘Amor de Mãe’, o simples fato da Covid-19 ficar de fora, mudaria todo gênero da nossa narrativa. Sem coronavírus a novela se tornaria uma fantasia“, explicou.

Ela relembrou ainda que em março do ano passado a previsão era que o isolamento social duraria apenas 15 dias e que, naquele momento, não pensou em incluir os acontecimentos no folhetim:

Quando a pandemia chegou, supostamente iria durar 15 dias. Nesse momento pensei em resguardar meus personagens da Covid-19. Mas logo ficou claro que a questão seria muito mais profunda e duradoura, então decidi inserir a Covid-19 na trama. Ou seja, bem no começo da pandemia ela acabou entrando para a dramaturgia“.

Sobre a complexidade em rescrever os capítulos, sem perder os detalhes dos personagens, ela destacou: “Escrever roteiro é se adaptar continuamente às condições da realidade. E eu gosto disso! Nos adaptamos ao sol e à chuva, à saúde dos atores, imprevistos no trânsito, a tudo. A dramaturgia audiovisual está sempre se conformando à realidade”. Manuela Dias complementou:

A pandemia foi mais uma coisa à qual nos adaptamos. É emocionante e dá orgulho ver a disciplina e paixão que as pessoas envolvidas com audiovisual trabalham“.

Manuela ressaltou também que em alguns momentos teve medo de Amor de Mãe não voltar ao ar. “Só depois de alguns meses, já quase no final da escrita, eu comecei a pensar em como e se conseguiríamos terminar de gravar aquela história. Nesse momento fiquei com medo, claro. Uma história sem fim é uma história que não se concretiza, é uma história que nunca existiu“, decretou.

Todo esforço teria sido em vão se a novela não encontrasse seu fim. E veja a minha situação, escrever uma primeira novela como autora sempre foi um sonho e um imenso desafio. Já seria o bastante, mesmo que não fosse no horário das nove, mas era“, pontuou.

Ao falar sobre qual parte foi mais emblemática durante todo o processo de construção da obra, Dias enfatizou:

Vivemos um momento de polarização extrema e intolerância. Ter uma mulher pobre, babá, mãe solo de 5 filhos, como protagonista de uma novela das nove. Fazer as pessoas olharem para essa mulher brasileira, guerreira incansável e sorridente, num país com tanta desigualdade. Fazer com que as pessoas sejam capazes de amar essa mulher, de acompanhar seu drama, torcer pelo seu sonho… Isso é para mim um motivo de orgulho: reunir o público em uma reverência a essa força da natureza que é a mulher brasileira“.

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