Bruno Luperi detalha mudanças em Pantanal: “Trabalho de formiguinha”

Pantanal
Bruno Luperi fala sobre Pantanal em nova entrevista (Imagem: Divulgação / Globo)

Autor do remake de Pantanal, Bruno Luperi comentou sobre histórias inéditas que promoveu na atual novela das nove da Globo, como o exibicionismo nas redes sociais, o racismo e outras alterações importantes no folhetim escrito por Benedito Ruy Barbosa.

O neto do novelista criou um núcleo para uma reflexão sobre os males do exibicionismo patrocinado nas redes sociais, algo visto entre Madeleine (Karine Teles), Nayara (Victoria Rossetti) e Gustavo (Caco Ciocler).

Outro ponto importante, o racismo, algo não retratado na primeira versão de Pantanal, exposto no núcleo de Tenório (Murilo Benício), que optou por Bruana (Isabel Teixeira) por ter vergonha de Zuleika (Aline Borges), uma mulher negra.

Bruno Luperi ainda colocou discussões importantes sobre a homofobia, meio ambiente e machismo. “Quando eu fui lendo, fui vendo o que envelheceu mal de 30 anos pra cá, o que faria mal para a história e o que mudaria o eixo dramático e a interpretação sobre o caráter dos personagens”, disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

Para ele, “foi um trabalho de formiguinha em todos os diálogos”. Sobre a homofobia retratada na novela, Luperi comentou sobre a briga entre José Leôncio (Marcos Palmeira) e Jove (Jesuíta Barbosa):

“Tento buscar na adaptação alguma vertente, algum personagem que possa explicar pra gente o que aquilo significa hoje. Então, a filó (Dira Paes), nesse caso do Zé Leôncio renegar o filho por uma questão de sexualidade, de ele não ser o homem, o macho que ele esperava de um filho, a Filó tá ali pra dizer: ‘Mas que diferença isso faz? Você não queria um filho que ficou buscando esses anos todos?'”.

Bruno deu a devida importância na questão envolvendo a relação entre pai e filho. “‘Ah, o Jove tá errado’. Não, ele tem os motivos dele. Então, esse trabalho de adaptação é tentar trazer um pouco mais das camadas dos personagens que estavam presentes na estrutura original e aproveitar isso”, explicou.

Bruno Luperi explica discussão sobre racismo no remake de Pantanal

Sobre o racismo, o dramaturgo lembrou que na primeira versão a situação não era retratada, pois a segunda família de Tenório era branca. “Largar uma família hoje não tem aquele peso que tinha 30 anos atrás”, opinou.

“Precisava ter um motivo agora pelo qual o Tenório não assumiria a Zuleika, e nisso, pegando esse personagem que é o nosso antagonista, que flerta muito o imoral, ele tem essa consciência escravagista muito forte dentro dele, de explorar o outro, de ser o espertalhão, de dar o golpe, de manter os outros sob o seu jugo”, esclareceu.

O que você achou? Siga @rd1oficial no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui
Da RedaçãoDa Redação
A Redação do RD1 é composta por especialistas quando o assunto é audiência da TV, novelas, famosos e notícias da TV.  Conta com jornalistas que são referência há mais de 10 anos na repercussão de assuntos televisivos, referenciados e reconhecidos por famosos, profissionais da área e pelo público. Apura e publica diariamente dezenas de notícias consumidas por milhões de pessoas semanalmente. Conheça a equipe.