O SBT bateu o martelo: em janeiro, substitui a sexta reapresentação de “A Usurpadora” pela terceira reprise de “Rubi”. A medida visa ampliar os índices das “Novelas da Tarde”, em queda desde a transferência da trama de Gabriela Spanic do horário local (aproximadamente 13h45) para a transmissão em rede (de segunda a sexta, 15h45, após o “Casos de Família”).
Embora “Querida Inimiga” e “Lágrimas do Amor” também estejam aquém das antecessoras “Mar de Amor” e “Abismo de Paixão”, “A Usurpadora” é o caso mais gritante no quesito “desempenho pífio na audiência” devido ao histórico de êxito da novela. Em sua primeira exibição no Brasil, o folhetim anotou 18 pontos de média. Em 2005, bateu “Laços de Família” em “Vale a Pena Ver de Novo”. Suas outras reprises sempre estiveram acima dos 6 pontos; a atual, se manter o patamar de agora, deve chegar aos 5 com dificuldade.
Vale lembrar que o objetivo inicial de “A Usurpadora” era promover uma transição mais apropriada da grade matutina do SBT para a vespertina. Alocada entre o “Bom Dia & Cia” e o “Fofocando”, apenas para algumas praças, a novela não cumpriu seus objetivos; a direção da casa decidiu então salvá-la do fiasco promovendo sua exibição em rede.
Tal medida não conteve a fuga de público e ainda levou o SBT ao terceiro lugar em determinados momentos, atrás de “Amor e Intrigas” e “Vidas em Jogo”, da Record. Sem ter para onde ir, o canal vem investindo em cortes na trama, chegando a exibir três capítulos da exibição original por dia, a fim de precipitar o término do repeteco.
Os números abaixo do esperado talvez reflitam o cansaço do telespectador condicionado pelo SBT a acompanhar sempre as mesmas novelas. “Maria do Bairro”, que divide com “A Usurpadora” o título de folhetim mexicano com mais reprises na emissora, também apresenta curva descendente de audiência, a cada nova reexibição. Em contrapartida, novelas inéditas no Brasil tem se saído bem: “Coração Indomável” obteve 7.82, “Abismo da Paixão” marcou 8.46 e “A Gata” tem, até o momento, 8.74.