Silvio Santos terá outro livro contando parte de sua história. Desta vez, o escritor Marcondes Gadelha trará o período em que o apresentador foi candidato à presidência da República.
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Em Sonho Sequestrado, o prefácio teve assinatura do próprio apresentador, que se emocionou ao relembrar a corrida política nas eleições de 1989. Por meio de uma carta, datada de 31 de junho de 2020, Silvio mostrou que sua memória não anda com a mesma lucidez sobre os fatos acontecidos naquele ano.
“Como muito de meus órgãos, incluindo o óbvio, que não funciona há muito tempo, minha memória a cada dia que passa vai se apagando vagarosamente. Este seu livro me lembra de acontecimentos que eu já tinha esquecido e me deixa emocionado a cada página que leio”, começou Silvio na carta que teve o texto compartilhado pelo sobrinho, Maurício Abravanel, no Instagram.
O dono do SBT também comentou sobre a carreira política na década de 1980. “Considero que estava qualificado para exercer a Presidência da República e tenho certeza de que a equipe que escolheria, no mínimo, melhoraria as condições das pessoas mais necessitadas neste país. Parte do povo mais humilde do Brasil, infelizmente, ainda vive debaixo de pontes, em casebres de papelão ou de madeira, onde, muitas vezes, só tem um prato de feijão para comer e ainda precisa se preocupar com saúde e com os remédios que precisa tomar”, disse.
“Minha atuação seria voltada para esses temas que tanto afligem a nossa pobre população. Os demais problemas do nosso país seriam enfrentados também pelo presidente Silvio Santos, mas preservada sempre a prioridade dada à habitação e à saúde”, contou.
Há quase 70 anos no ar na TV, Silvio Santos disse ter se emocionado com o que leu no livro: “Você, com seu talento de escritor e generosidade de amigo, me deixou por diversos momentos com lágrimas de saudade e emoção ao trazer de volta aqueles compromissos”.
Sobre a possível vitória como presidente da República, Silvio refletiu sobre o fato. “Hoje, com 90 anos, me pergunto se teria sido bom para mim, para a minha família, para a minha televisão e para as pessoas que gostam de mim ter colocado a faixa verde e amarela que estampa a capa do livro. Sei, porém, que teria sido bom para a causa. E isso me basta. O desafio, então, estava aceito em qualquer circunstância”, escreveu.
Prestes a completar 90 anos em 12 de dezembro, o apresentador está sem gravar desde o começo da pandemia do coronavírus para preservar a sua saúde. Afastado dos estúdios do SBT, Silvio segue recomendações médicas e de familiares, principalmente a esposa Iris Abravanel e as filhas, que não querem que o patriarca arrisque sua vida em tempos de pandemia.
