Emicida é capa da edição de setembro da revista “GQ”, dedicada ao Rock in Rio. Em entrevista exclusiva, ele falou de música a moda, de política a racismo. O cantor defendeu abertamente nomes importantes do PT.
“Eu quis virar o espelho para mim. Quando fiz campanha para o Haddad, foi porque achava que ele seria um bom prefeito. Quando apoiei a Dilma, não fui ingênuo, mas também não me arrependo. Acho que ela ficou refém de bandidos. E, agora, os bandidos é que comandam tudo”, disse sobre o apoio ao ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e à reeleição de Dilma Rousseff.
O rapper também falou sobre as polêmicas na música. “Os caras do rap são sempre os que comem todo mundo. E eu queria fazer uma música de corno. Infelizmente, não entenderam assim. Mas teve uma coisa positiva: foi o reconhecimento de que não é com todo mundo que as pessoas se importam sobre o que está se falando. Isso fez a gente refletir bastante”, comentou sobre a canção “Trepadeira”, composta em parceria com Wilson das Neves, que recebeu críticas por grupos feministas.
O artista ainda polemizou sobre o racismo: “A real é que o Brasil não tem educação pra falar de racismo. Existe uma estrutura racista que independe da sua e da minha atitude. Uma pessoa não gostar de preto, tudo bem, é problema dela com ela mesma. A treta é quando o policial, o juiz e o médico têm um estereótipo de pessoa com pele escura que pode prejudicar essa pessoa, tá ligado?”.
Com 13 anos de carreira, o rapper gravou dois discos, duas mixtapes, dois EPs, mais de 15 singles e coleciona 1,1 milhão de seguidores no Instagram e vídeos com mais de 5 milhões de visualizações.