A crise de audiência de “Babilônia” continua sendo um dos principais assuntos da mídia especializada.
Em entrevista ao “NTV”, Lauro César Muniz disse que o excesso de colaboradores atrapalha a atual novela das 21 horas. “O processo industrial, em que muitos coautores e colaboradores participam, abafou o ímpeto criativo do Gilberto [Braga]. Este talvez seja o mais cruel desse processo industrial que tomou conta das novelas desde meados da década de 1990. Muitas cabeças diluem o estilo do autor principal”, afirmou.
“Babilônia” é escrita pelo trio Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga. Porém, eles recebem a ajuda de sete colaboradores. Nas últimas semanas, a audiência da trama subiu, mas está longe do ideal para a Globo.
Além disso, Lauro criticou o tamanho das novelas. Para ele, histórias mais curtas seriam benéficas às emissoras e ao público. “Está na hora de repensarmos a telenovela. Nenhuma história necessita de 200 capítulos para ser narrada. Acredito que vai melhorar quando reduzirmos o número de capítulos para 150. As emissoras terão novelas com menos personagens, menos cenários, locações e figurinos”.
Muniz também comentou sobre “Os Dez Mandamentos”, a primeira novela bíblica da Record. De acordo com o autor, existe o perigo do canal não investir em outros gêneros. “É um sucesso. Lamentavelmente sobre um tema bíblico em uma emissora ligada a uma igreja evangélica. Meu temor é que, daqui para frente, a Record só faça novelas religiosas. Meu ponto de vista é que os temas bíblicos anestesiem a capacidade crítica dos telespectadores”, finalizou.
Atualmente, Lauro escreve projetos para teatro e cinema, porém pretende voltar à TV com uma minissérie sobre o maestro Júlio Medaglia.