O WhatsApp ajudou a democratizar a comunicação, tirando grande parte do faturamento abusivos das operadoras. Por outro lado, também ajuda a espalhar a desinformação por aí. Fátima Bernardes foi mais uma vítima da “idiotização” promovida por usuários do aplicativo. Na última semana, a apresentadora do “Encontro” teve a vida devassada e sofreu duras críticas por causa de um mal-entendido.
O talk show matinal da Globo questionou, numa situação hipotética, quem os convidados salvariam: um policial levemente ferido ou um traficante em estado mais grave. A pergunta veio durante uma pauta de divulgação do filme “Sob Pressão”, que trata do tema. Vocês acompanharam a polêmica toda aqui no RD1.
Pois bem, no melhor estilo programa “Tentação”, os convidados, obviamente, andaram e escolheram o lado do traficante (quando se trata de saúde, a medicina defende que TODOS merecem ajuda, sejam bandidos ou não). E foi aí que começou toda a confusão. Pessoas mal-intencionadas tiraram um “print” da imagem dos participantes ao lado correspondente ao traficante e passaram a compartilhá-lo via WhatsApp. O registro vinha acompanhado de uma mensagem afirmando erroneamente que Fátima estava defendendo bandidos.
O grande problema dessa história é a forma como as pessoas estão consumindo comunicação nos últimos tempos. O WhatsApp virou fonte de informação para muita gente. Conheço pessoas do meu círculo social (meu pai, por exemplo) que repassam ingenuamente qualquer mensagem que recebem em grupos, ajudando a espalhar a desinformação. E aproveitadores conseguem pulverizar inverdades pela população.
Isso é um perigo, uma vez que está sendo fácil manipular politicamente grandes grupos de usuários. O sujeito cria uma mensagem falsa e joga num grupo de 20 pessoas. Dessas 20 que leram o conteúdo, duas compartilham em outros grupos de 200 pessoas. Dessas 200, 50 também fazem compartilhamentos indevidos por aí. Pronto, o boato está instalado.
Fátima Bernardes nem precisava ter se explicado.
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Henrique Brinco é formado em jornalismo pelo Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), de Salvador. Escreve sobre mídia e cultura pop há oito anos em grandes veículos de comunicação, com passagens pela Rede Record de Televisão e Rede Bahia (afiliada na Rede Globo na capital baiana). No RD1, assina o blog Por Trás da Mídia e é o responsável pela editoria de Famosos.
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