“Império”: Othon, Nero e Lilia fazem de capítulo final um espetáculo

fm_2015-03-07_0699-tratad
Othon Bastos arrebentou em cena com um papel que finalmente explorou seu talento

“Império” saiu de cena ontem (13) como a melhor novela das 21h desde “A Favorita” (opinião da coluna, cada um tem a sua!). Não achei “Avenida Brasil” essa Coca-Cola toda, exceto quando o assunto é Carminha: Adriana Esteves fez um trabalho sensacional.

Já “A Favorita”, foi a produção que basicamente revolucionou o jeito de se fazer histórias para o segmento no país, com a ideia ousada de o público somente descobrir quem era a vilã no meio do percurso. Na sequência, vários folhetins ficaram no quase.

“Passione”, “Insensato Coração”, “Avenida Brasil”, “Salve Jorge” e “Amor à Vida” tiveram seus bons momentos, mas terminaram deixando a sensação de que estavam devendo alguma coisa. E isso apesar do fenômeno de repercussão que foi “Avenida”. Com “Império”, além de superar as demais, Aguinaldo Silva escreveu seu melhor enredo desde “Senhora do Destino”.

Pesou contra o entrecho o fato da Globo ter esticado “Império” além do necessário, fator que também deu uma boa derrubada em “Boogie Oogie”. Novelas menores são mais atraentes porque evitam o famoso embromation. Fosse mais curta, “Império” teria sido redondinha. Além disso, Silva, que estava adiantadíssimo, ficou nas mãos de Drica Moraes, que, sem culpa alguma, estava com a saúde debilitada e não rendeu o quanto Cora pedia. Depois, o novelista teve que correr contra o tempo com a troca de Drica por Marjorie Estiano.

O veterano, no entanto, saiu-se bem. As qualidades superam com vantagem os defeitos e, nesta sexta-feira, com um capítulo repleto de espetáculos de Othon Bastos, Alexandre Nero e Lilia Cabral, a produção se despediu superando os índices da antecessora, “Em Família”. Aguinaldo fez milagre, pois pegou o horário derrubado após a rejeição sofrida pela trama de Maneco e ainda enfrentou horários de verão e político, festas de final de ano e Carnaval.

Sobre o Comendador, achei compreensível a morte de José Alfredo. Acabaram as brigas por poder ou entre Marta e Isis. O que se viu ali, foi que ele partiu e isso uniu os familiares, agora sem a companhia de José Pedro. Tenho lá minhas ressalvas sobre ele ser Fabrício Melgaço ou a relação entre o filho de Zé com Silviano e Maurílio, mas…

O importante é que finalmente um autor deu a Othon Bastos o valor que ele merece e, dessa forma, pudemos acompanhar diversas sequências arrasadoras desse monstro sagrado. Infelizmente, para os medalhões, grandes papéis são contados nos dedos. Pergunto: depois de “A Favorita”, Mauro Mendonça e Ary Fontoura conquistaram o mesmo destaque? Pois é, salve Othon Bastos, e que Silviano lhe traga outros papéis à altura de seu talento!

E que em “Babilônia” Gilberto Braga volte aos bons tempos. O presente do autor está aquém de obras como “Celebridade”, “Vale Tudo” e outras que fizeram história…

_____________________________________________

Endrigo Annyston é editor-chefe do RD1. Jornalista desde 2006, escreve sobre TV há quatorze anos, tendo passado por alguns dos mais importantes sites do segmento. Ele é também autor do blog Cena Aberta (clique aqui e visite), um dos pioneiros em blogagem no país. Fale comigo: [email protected]

_____________________________________________

O que você achou? Siga @rd1oficial no Instagram para ver mais e deixar seu comentário clicando aqui
Álvaro PenerottiÁlvaro Penerotti
Álvaro Penerotti sempre foi bastante engajado a tudo que envolve o mundo da TV e Famosos. Com intensa vivência na área de jornalismo e mídias sociais, já trabalhou em rádio e também em importantes veículos de comunicação na web. Pode ser encontrado nas redes sociais por meio do @AlvaroPenerotti.