Luis Miranda faz reflexão sobre comédia e fala da luta dos artistas negros

Luis Miranda
Luis Miranda falou sobre os papéis dos negros no mercado (Imagem: Reprodução / Instagram)

Em cartaz no teatro com o espetáculo Irma Vap, Luis Miranda está feliz com o retorno aos palcos. Animado em fazer o público rir, o ator contou:

“Tem uma tristeza de ver o povo sofrendo, a nação padecendo nesse desgoverno. Mas o que a gente faz não é só rir, é refletir, iluminar”.

Na conversa com a Quem, o artista explicou: “O espetáculo tem muita crítica, colocamos uma personagem como sendo negacionista, preconceituosa, de uma classe brasileira que desqualifica indivíduos. Rir com uma pitada de reflexão, se não for assim não me interessa. Não tenho vontade de sair de casa só para entreter. Não vou pisar em um palco à toa. Muita gente quer fazer sucesso e eu quero fazer história. Minha comédia é feita nesse lugar”.

O famoso ainda recordou: “Em 1984, eu com 14 anos escrevi uma peça que era uma comédia besteirol sem nunca ter ouvido falar de Irma Vap. Eu estava começando a fazer teatro e estavam começando a falar sobre AIDS, então era a história de uma vampira que volta à vida faminta, e é alertada de que há uma doença transmitida pelo sangue”.

“Tinha uma inocência lúdica, foi um sucesso e fizemos profissionalmente. Imagine meu pai me vendo de drag. Não sei de onde nasceu esse meu olhar para o mundo, mas acho que fazer refletir é o papel do artista”, completou.

Luis Miranda fala sobre artistas negros

Em seguida, o ator ainda refletiu sobre o atual cenário de inserção de artistas negros no mercado. “Hollywood deu um ultimato e não permite mais a não inserção de artistas de outras cores, transexuais, etc. Agora precisa ter”, declarou.

“Os diretores brancos não enxergam o negros fazendo as dondocas, os advogados, dizem que não tem verossimilhança. Acreditam que preto só enriquece se for artista ou bandido, isso é o preconceito velado que permite o genocídio do preto pobre”, emendou Luis Miranda, que disse:

“Não sou de ficar levantando bandeira, mas acho que o negro não entendeu o poder que tem na mão, o ‘black money’, e se boicota, se discrimina. Não tolerarei mais esse lugar. Para esse lugar que nos colocaram eu não volto mais. Não vou servir cafezinho para eles, nós não estaremos mais tolerando porque nunca se oportunizou o negro a brilhar”.

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