Marcelo Adnet abriu o coração e revelou que falar sobre o abuso sexual sofrido na infância o ajudou a acabar com o trauma. Além disso, o artista contou sobre os desafios da paternidade.
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“Faço tudo. Não sou pai de Instagram. Aliás, ali, sou menos pai. Acho mais interessante fazer do que mostrar. Principalmente por ela, que já está rechaçando foto. Também não vou ficar metendo a cara dela por aí. Vai que alguém fala ‘que feia, vesga, gorda’, vou querer matar a pessoa”, disse, aos risos, ao jornal O Globo.
O humorista garantiu que está transformado por causa do amor que sente pela filha:
“É a primeira vez na vida que tenho uma coisa inadiável. Se tiver passando mal e ela chorar, vou ter que ir, não tenho escolha. Se fizer cocô, vou ter que limpar. Quando ela acaba o café, me sinto satisfeito e depois me toco que eu não comi. Botei outro ser humano na minha frente de verdade”.
Marcelo Adnet, então, falou sobre como pretende ensinar a filha a se defender de possíveis abusos e como pretende conversar a respeito do assunto.
“É que acho mais fácil brigar pela minha filha do que pedir desculpas por um filho. Brigar positivamente por alguém faz mais sentido do que ter que entrar com culpa, pedir desculpas. Alice é muito brava , só faz o que quer, é forte, grita, dá escândalo. Não é uma pessoa fácil de folgar”, contou.
Ele acrescentou: “Isso me deixa mais confortável. Sendo amigo dela, aceitando como ela é, acho que, mas se der alguma merda, que vai me falar. E vou estar do lado para ajudar”.
Questionado sobre a importância de falar sobre o abuso que sofreu, Adnet destacou que os famosos “encorajam outras pessoas e criam uma consciência. Quando ninguém debate, vira um tabu, uma sombra, parece que o assunto não existe. É preciso coragem para falar. Ninguém é obrigado a vir a público. Pode ser doloroso demais. Mas quem tiver força, deve falar por para conscientizar”.
Marcelo Adnet fala sobre privacidade
Ainda na entrevista, o famoso falou da superação do trauma: “Botar para fora faz parte da superação. É quase um ponto final. ‘Aconteceu isso e posso falar sobre porque não me machuca nem me vitimiza’. É parte da minha história também. Tem uma coisa de indivíduo, de fazer as pazes com aquilo no sentido de ‘joga pro vento, passou, já era’. Se ficar só guardado dentro da gente, é pior”.
O artista lembrou que já teve a vida bem “invadida” e garantiu que “é uma coisa que assumo ao sair de casa, se não, vou me estressar”.
“Lido bem [com a falta de privacidade]. Não me incomodo de cometer gafe, de estar mal vestido ou ligeiramente bêbado. São coisas humanas. A gente precisa se permitir, se não enlouquece. Gosto de festa, de samba, de programa ao ar livre. Não vou me privar. Mas tem que ter um certo cuidado, uma noção para entender que não é algo exatamente justo, porque claro a gente deveria ter direito a se soltar e não ser observado por ninguém, mas não é a realidade”, desabafou.
