A morte de Marília Mendonça (1995-2021) na última sexta-feira (5) fez com que muitos cantores decidissem cancelar suas agendas de shows, mas Mumuzinho não teve essa oportunidade.
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Na noite da última sexta-feira (5), horas depois do acidente, ele comandou um evento em Guarulhos, São Paulo, e prestou sua última homenagem à artista, e no dia seguinte, lamentou:
“Ontem eu não tinha condições de vir aqui [nas redes sociais] falar com vocês sobre o acontecido, essa fatalidade tão precoce. O Brasil, ninguém esperava viver isso”.
“Estou extremamente machucado por dentro. Estou tendo que fazer show, tendo que cumprir a agenda. Tivemos dois shows ontem, e hoje tem mais dois. Domingo tenho evento também, que eu não posso cancelar”, disse ainda.
“Na quarta-feira, eu gravaria um DVD com vários convidados. Cancelamos essa gravação porque, sim, seria uma festa, uma comemoração e um registro. Não temos condições de gravar esse DVD e estamos cancelando”, disse ainda.
“A Resenha do Mumu, que é amanhã, vamos fazer e vou homenageá-la. Vamos fazer o que ela fazia de melhor, que era cantar e emocionar o público. Perdemos uma das vozes mais lindas e potentes da música”, prometeu.
“Perdemos uma pessoa que tinha um coração absurdo e uma simplicidade. Sempre falo que temos que ter humildade e simplicidade. Não podemos vivenciar e levar para dentro da nossa vida o sucesso, o glamour e as coisas que o sucesso traz”, declarou.
“Estive poucas vezes com ela. Estive duas vezes com ela –quando fiz show em Goiânia e o Dilsinho me apresentou e no Altas Horas, quando tive a felicidade de vê-la cantando ao vivo”, disse ainda.
“Não tem como não sentirmos essa dor. Vivemos viajando na estrada e no avião. Entramos dentro dessa logística em que, às vezes, é complicado”, desabafou.
“Hoje tenho mais dois shows e amanhã faço a Resenha do Mumu. O que a gente pode continuar [fazendo] é se lembrar do legado dela. Deixo um beijo e força para todas as famílias. Vamos orar por todos”, completou.
Em entrevista ao UOL, o famoso recordou a vez em que gravou com o irmão, Luciano Camargo, e Marília. Os três cantaram a faixa Deu Ocupado de Novo, de 2016.
“Ela ligou para a mãe dela do nosso lado, chorando e dizendo que tinha realizado o sonho dela de cantar com os ídolos. Ela nem percebia que era mais importante para a gente cantar com ela do que ela cantar com a gente”, expôs.
O primeiro encontro dos dois aconteceu no palco de um show dela. “Ela estava cantando e quando me viu começou a chorar. Ela já estava muito maior que eu”, confessou.
“Se ela cantasse em inglês, teria tido no mundo a mesma força que tem no Brasil”, entendeu.
No mesmo dia, Zezé Di Camargo foi convidado para uma participação especial no Em Pauta, da GloboNews. O telejornal, o cantor reafirmou a força de Marília Mendonça no mundo artístico.
“Sempre falei que a música sertaneja é muito machista, ela trouxe esse sentido de liberdade. A perda dela é muito maior do que apenas musical, ela representa realmente um divisor de águas nesta maneira de pensar dentro da música sertaneja”, considerou.
O músico lembrou que Marília começou sua carreira muito nova. “Quando ela trouxe as músicas para homens gravarem, muita gente pensava que era um compositor homem. De repente, era uma mulher, uma menina muito jovem”, relatou.
Morte trágica
Marília Mendonça, de 26 anos, morreu nesta sexta-feira (5). A sertaneja estava à bordo de um King Air C90A que caiu nos arredores da cachoeira da Piedade, próximo ao Aeroporto de Ubaporanga, em Minas Gerais.
Em um primeiro momento, a assessoria de imprensa da artista informou que ela tinha sido resgatada com vida, mas a informação se provou falsa momentos depois. Ela estava desacordada dentro do avião durante todo o período e, quando o resgate a localizou, ela estava sem vida.
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