Sem medo de fazer um humor com tom crítico, Paulo Vieira recordou da vez em que disparou uma piada contra um político que foi acusado de trabalho escravo.
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Em entrevista ao podcast Vênus, o humorista contou: “Eu fazia muita piada de político, por exemplo, uma vez tinha um político de Palmas, que foi acusado de trabalho escravo, foi ao meu show, então puxei ele e disse: ‘Vamos cantar juntos, escravos de Jó, jogavam caxangá'”.
O famoso, que iniciou sua carreira em Tocantins, explicou: “Eu sempre quis ser essa pessoa sem limite na política de lá, saber o que eu podia fazer, muito na necessidade de saber quem sou eu e o que posso fazer. Que tipo de voz eu tenho e a cena de comédia de Tocantins me ajudou muito nisso”.
De acordo com Paulo, a política era um tema tão presente em seus shows, que um colega chegou a declarar: “O Paulo só vai descansar quando ele for assassinado e virar um mártir da comédia”.
Bom no que faz, o ator contou que seus shows começaram a ser comentados em São Paulo, mesmo que sendo realizados anteriormente apenas em Tocantins. “E isso foi acontecendo [os shows irreverentes], só que como eu trazia pessoas de São Paulo para fazer show com a gente, a galera gostava e voltava falando bem de mim aqui na capital, e isso ajuda muito [a trazer novas oportunidades]”.
Apesar do sucesso que fez e faz, Paulo Vieira enfrentou dificuldades para ingressar na carreira artística. Em entrevista a Marcelo Tas, no Provoca, da TV Cultura, o comediante, de origem humilde, abriu o coração para dizer pelo que passou.
“Eu acho que escolher é um privilégio que, às vezes, o pobre não pode se dar. Principalmente quando você vem de uma realidade onde precisa sobreviver, garantir a sua e dos seus, resolver ser artista é uma decisão quase egoísta. Imagina que meu pai estava contando comigo para o futuro da família. Como é que eu falo que eu vou ser artista? É como… jogou todas as fichas dele no lixo”, refletiu.
