A atriz Roberta Rodrigues fez um desabafo sobre a situação da comunidade do Vidigal, no Rio de Janeiro, onde ela nasceu e foi criada, por conta da pandemia do coronavírus que está ameaçando os brasileiros.
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Em entrevista à revista Marie Claire Brasil, ela declarou: “Eu já estou sentindo muita dor pelo o que está por vir nas comunidades. É o início de mais uma crise periférica porque são lugares menos favorecidos”.
“Fico triste porque vamos perder muitas pessoas, quando o coronavírus chegar nas comunidades vai ser um dominó. Através das redes sociais do meu projeto social no Vidigal, tento alertar as pessoas a olhar para o seu vizinho”, lamentou.
“Se der ruim para ele, vai dar para o resto. Mas isso na medida do possível, pois como manter a higiene se há lugares que não há água? Será que vão pensar nas pessoas como um todo no meio do caos?”, questionou.
“Se [as pessoas mais favorecidas] não entenderem que a pessoa que vai na sua casa limpar, que vai dirigir para você e colocar seu lixo para fora fazem parte da sua continuidade, vai ser complicado”, alertou.
“Outra dificuldade que as moradores das comunidades me falaram é que os adolescentes não estão com medo, pois acham que só o grupo de riscos que são mais vulneráveis ao coronavírus e não entendem que eles podem transmitir o vírus aos mais velhinhos”, completou.
Na mesma entrevista, Roberta Rodrigues revelou como está sendo para ela esse período de quarentena com o marido e a filha: “É um mix de sentimentos, é a primeira vez que vamos ficar confinados”.
“Tentei analisar como um processo de conhecimento pessoal e de aprofundamento de maneira intensiva no relacionamento com meu marido. Até mesmo a relação com a minha filha”, revelou.
“Você fica descobrindo fórmulas de entender e respeitar. Até porque, para uma criança de três anos ficar dentro de casa, é complicado. Nos últimos dias, comecei a refletir sobre as questões do mundo e quase caí no choro”, declarou.
“Pensando em quando que isso vai ter um fim, quando poderemos estar de novo com familiares e amigos, fazer o que a gente ama, trabalhar. Eu sou uma pessoa muito ativa, não consigo ficar parada”, disse ainda.
“Acho que estamos renovando os valores, conceitos. No final, vai ser bem importante. O planeta está pedindo para você se colocar no lugar do outro”, revelou.
