
Foi-se o tempo em que Celso Portiolli era tido como o substituto de Silvio Santos. E o fato de ocupar o lugar do patrão em algumas atrações como o “Xaveco” indicava isso.
Também ficou no passado os tempos em que o animador recebia investimentos da casa e contava com recursos para entrar no ar com um programa competitivo, como o “Curtindo uma Viagem”, um dos sucessos de sua carreira.
Não apenas isso. Tiraram, ainda, a oportunidade de experimentação, algo que lá no início da carreira de Celso sempre esteve presente. No SBT ele pôde testar muitos formatos como o “Tempo de Alegria”, “Código Fama”, “O Conquistador do Fim do Mundo”, “Curtindo com Reais” e cia.
Depois, em meados dos anos 2000, ficou limitado a apresentador da “Sessão Premiada”, atendendo ligações do público. Uma espécie de Adriane Galisteu, sem os feijões. Estava descontente, quase saindo do canal, quando viu uma luz ao final do túnel: Gugu foi pra Record e ele ficaria com o “Domingo Legal”.
Quatro anos se passaram e um dos programas mais longevos da TV brasileira não saiu do lugar. A atração continua exatamente como Gugu deixou, com o “Construindo Um Sonho” e cia bela. Apenas incluíram o “Passa ou Repassa” na atual temporada, mas não é o que pode ser chamado de novidade.
Pra completar, uma nova puxada de tapete na carreira de Celso: segundo Flavio Ricco, a partir do próximo domingo seu programa perde duas horas de arte e, se quiser manter as quatro atuais, terá que dar sequência ao dominical após o “Programa Silvio Santos”.
Ou seja, um profissional cheio de qualidades, extremamente competente, limitado a um programa fraco e com uma das produções mais limitadas da TV, com criatividade zero, e que ainda sofre um novo golpe.
No caso, não atinge apenas Portiolli: Eliana registra sua melhor audiência a partir das 17h, quando entra o quadro “Rola ou Enrola”, exatamente o horário que passa a ser ocupado por Silvio Santos.
Reza a lenda que Silvio não gosta de ver ninguém fazendo mais sucesso que ele. A boa fase de Eliana seria a real responsável pela mudança que o empresário vai promover aos domingos?
A questão, no final das contas, é que o SBT continua andando para trás. A Record não precisa fazer o menor esforço pra derrubar a concorrente.
O patrão brinca de fazer TV. Uma pena.
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Endrigo Annyston é jornalista desde 2006 e escreve sobre TV há treze anos, tendo passado por alguns dos mais importantes sites do segmento. No RD1 Endrigo escreverá semanalmente, ou quando lhe der na telha. Ele é também autor do blog Cena Aberta (clique aqui e visite), um dos pioneiros em blogagem no país.
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