Zezé Motta solta o verbo contra presidente da Fundação Palmares e lembra racismo

Zezé Motta
Zezé Motta volta a falar sobre sobre bolsonarista (Imagem: Vinícius Belo)

Zezé Motta e o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, trocaram farpas recentemente nas redes sociais. Em uma das suas declarações, o apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a chamar a atriz de “preta vergonhosa”.

Em entrevista à Veja, a famosa reagiu: “É desesperador ver uma pessoa tão sem preparo ocupando uma posição como a dele, de suposto defensor da cultura afrodescendente. Sérgio Camargo não nos representa. Ao contrário: alimenta tristemente o preconceito enraizado na sociedade”.

A polêmica ocorreu porque o presidente da Fundação Palmares criticou ela por participar de uma campanha antirracista nas redes sociais.

“Não dá para olhar em volta, em nosso país, sem ver como ainda somos perseguidos. O negro é sempre suspeito. Não reconhecer isso configura um retrocesso. As barbaridades desse homem são de alguém que está deslumbrado com o poder e imerso em um mundo paralelo. É inaceitável”, disparou a famosa.

Zezé Motta também comentou na entrevista que acredita que houve avanços nos debates contra o racismo, mas garantiu que o negro ainda enfrenta barreiras.

“Se eu não disser que não houve avanços, estaria sendo injusta. Temos uma geração de atores negros sensacionais conseguindo papéis de destaque. Um inspira e abre a porta para o outro ao mostrar que é possível quebrar barreiras. Mas bato na tecla de que o progresso a que estamos assistindo é tímido perto da urgência de mudarmos o olhar”, comentou.

Zezé Motta fala de preconceito

Na conversa, a artista lembrou de preconceito que sofreu na juventude. “Na adolescência, morei em uma vizinhança com poucos negros. Minhas amigas me diziam que tudo era feio em mim: meu cabelo, meu nariz. Aí, passei a querer me embranquecer. Alisei o cabelo e até pesquisei sobre a operação de redução de quadris. Um dia, caiu a ficha. Aquilo era uma total negação das minhas origens”, desabafou.

A virada para ela ocorreu após uma viagem de trabalho aos Estados Unidos, em 1969.

“Lá, os negros andavam com orgulho, de cabeça erguida. Apresentei uma peça sobre Zumbi dos Palmares com uma peruca chanel por cima do meu cabelo já alisado. No final, um grupo de jovens me questionou sobre eu estar querendo esconder minhas características. Fiquei constrangida, até que resolvi jogar a tal peruca fora e tomei um banho para desfazer o alisamento. Foi como um batismo para mim”, comentou.

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