Quarta-feira, 15 de outubro de 2008. Há exatos dez anos, o RD1 entrava no ar, trazendo todas as novidades sobre o mundo dos famosos e da televisão. E como andava nossa TV há uma década? As novelas, os telejornais, os programas, os ex-contratados da Globo, do SBT, da Record, da Band e da RedeTV! estão nesta coluna especial, em homenagem à telinha e ao site.
O destaque na Globo ficava por conta, claro, das novelas. A emissora não vivia uma boa fase com seus folhetins: “Negócio da China”, às 18h, padeceu com a saída de seu protagonista, Fábio Assunção, em tratamento contra a dependência química; “Três Irmãs”, às 19h, passou em brancas nuvens; e “A Favorita”, às 20h, ensaiava uma recuperação, após Flora (Patrícia Pillar) revelar-se a grande vilã do enredo que marcou a estreia de João Emanuel Carneiro, hoje em “Segundo Sol”, no horário “mais nobre” da casa. Em “Vale a Pena Ver de Novo”, “Mulheres Apaixonadas”, folhetim de Manoel Carlos “pesadão” para o horário (14h30). Já em “Malhação”, Angelina (Sophie Charlotte) se dividia entre Gustavo (Rafael Almeida) e Bruno (Caio Castro). Ana Maria Braga dominava a manhã com o “Mais Você”, seguida pela inesquecível “TV Globinho” e por “Os Simpsons”, hoje restrito à TV fechada.
Também no cabo está Christiane Pelajo, parceria de William Waack – dispensado ano passado após um polêmico episódio sobre racismo – no “Jornal da Globo”. Evaristo Costa, que também deu “tchauzinho” à emissora, dividia o “Jornal Hoje”, com Sandra Annenberg. No “Jornal Nacional”, o ex-casal Fátima Bernardes e William Bonner.
No SBT, o “Bom Dia e Cia” pertencia a Priscilla Alcântara e Yudi Tamashiro, ídolos da geração que sonhava em ganhar um PlayStation. A faixa que hoje abriga o “Fofocalizando” era dominada pelo “Cinema em Casa”.
Logo após o “Casos de Família” – então conduzido por Regina Volpato –, o “Olha Você”, uma espécie de “Hoje em Dia” (o bem-sucedido matinal da Record) que, como muitos projetos do canal de Silvio Santos nesta época, não vingou. A atração, então com quinze dias de vida, era comandada por Alexandre Bacci, Claudete Troiano, Ellen Jabour e o chef Francesco Tarallo. A série “Eu, a Patroa e as Crianças” contava com sessão dupla: às 13h45 e às 18h00.
O talent-show “Astros” pintava às 19h15, antecedendo o “SBT Brasil”, com Carlos Nascimento, “solitário”, na bancada. Logo após, a reapresentação de “Pantanal”, clássico exibido em 1990 pela Manchete, adquirido, sabe-se lá como, pelo “patrão”. O repeteco assegurava índices que todas as outras atrações do SBT penavam para conquistar – ou mesmo se aproximar. Ainda, a série “Ugly Betty” e o “Tele Seriados”, nas madrugadas, com “Sobrenatural”.
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A Record saturava “Os Mutantes”, então em segunda e já cansativa temporada. A trama de Tiago Santiago antecedia “Chamas da Vida”, de Cristianne Fridman, uma das mais exitosas produções da faixa, hoje extinta, das 22h15.
Em reprise nas tardes – mais precisamente às 17h30 –, “Prova de Amor” (2005), também de Tiago, marco da retomada da teledramaturgia do canal, processo iniciado em 2004 com “A Escrava Isaura”. A reprise sucedia o “Programa da Tarde”, compilado de matérias e pegadinhas requentadas que, devido ao bom desempenho, acabou ganhando vida própria; Maria Cândida, hoje contratada da TV Aparecida, apresentava.
O curinga “Pica Pau” tinha como missão elevar a audiência para o “Jornal da Record”, então a cargo de Celso Freitas e Adriana Araújo – que, no ano seguinte, perdeu o posto para Ana Paula Padrão. Às 23h, o reality musical “Ídolos”, que levou então global Rodrigo Faro ao canal, onde hoje comanda o dominical “Hora do Faro”.
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Na Band, quem bombava era Márcia Goldschmidt, à frente do programa que levava seu nome e que antecedia o “Brasil Urgente”, de José Luiz Datena, na grade. Leão Lobo e Rosana Herman respondiam por outro vespertino, “Atualíssima”. Na ocasião, a Band veiculava sua última empreitada em novelas; hoje, a emissora recorre a folhetins turcos. “Água na Boca”, de Marcos Lazarini, trazia o romance da descendente de franceses Daniele (Rosane Mulholland) e Luca (Caetano O’Maihlan), herdeiro de italianos; as famílias do casal travam uma disputa gastronômica, agravada por entreveros do passado.
Na madrugada, Otávio Mesquita à frente do “A Noite é Uma Criança”. E nas manhãs, nada muito diferente do cenário atual: Daniel Bork conduzindo o fogão do “Bem Família” e Renata Fan tocando a bola no “Jogo Aberto”.
Boa parte da programação da RedeTV! era infestada por concessionários; em especial, igrejas de toda a ordem. Entre um teleculto e outro, o canal apostava no “Bom Dia Mulher”, com Olga Bongiovanni; no “A Tarde é Sua”, com Sônia Abrão – que segue reinando nas tardes da casa –; e em telejornais como o “TV Esporte Notícias” com Augusto Xavier e Cláudia Barthel, o “Notícias das 7” de Rodolpho Gamberini e o “RedeTV! News” com Marcelo Rezende.
O desenho “Pokémon”, febre no Brasil no final da década de 1990, quando exibido pela Record, “abria” o horário nobre, que contava ainda com os tradicionalíssimos “TV Fama” – então com Adriana Lessa, Iris Stefanelli e Nelson Rubens – e o “Superpop”, de Luciana Gimenez. Para encerrar, o “Programa Amaury Jr”, extinto em 2017.
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Duh Secco é "telemaníaco" desde criancinha. Em 2014, criou o blog Vivo no Viva, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de repórter e colunista. Também está nas redes sociais e no YouTube (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.