Quem assistiu Amor à Vida em 2013 provavelmente se lembra de Nicole, personagem interpretada por Marina Ruy Barbosa, que foi abruptamente cortada da produção. Walcyr Carrasco alegou que o “boicote” à atriz se deveu à negativa da ruiva em cortar os cabelos, mas teve sua réplica.
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Basicamente, a personagem polêmica tinha um câncer terminal e iria raspar as madeixas. Em live transmitida pela revista Caras, o dramaturgo justificou a morte de Nicole, que depois só aparecia como fantasma (e mudo): “Ela tinha combinado verbalmente que cortaria o cabelo quando aceitou o papel. E aí ela não avisou com tanta antecedência que não iria cortar. Se ela tivesse avisado com uma certa antecedência, eu teria orientado a história pra outro lugar. Eu tive que refazer todas as cenas já escritas e isso envolve toda a produção da novela. A produção já tinha preparado o cenário, os atores… Já tinha tanta coisa envolvida“.
Sabendo da repercussão que a declaração causou, Marina resolveu se pronunciar no Twitter, dando a própria versão dos fatos: “Nunca falei sobre isso e sei que o que não faltam são histórias bem distantes da verdade. Aproveitando a fala do Walcyr, ‘desisti’ pois o que tinha sido combinado e dito pra mim sobre a história, sobre a personagem, não foi feito“.
Além de se eximir de uma possível culpa, a esposa de Xande Negrão alegou a falta de diálogo com Walcyr Carrasco: “Uma pena que na época não tive ‘acesso’ e não pude falar diretamente com o autor. Nunca nos falamos, nem no momento em que fui chamada pra novela, durante o trabalho ou depois de tudo. Uma pena não ter tido a chance de conversar e entender o que se passava na cabeça do Walcyr“.
Prosseguindo o extenso desabafo, Marina Ruy Barbosa pesou o que a decisão a traria na carreira artística: “Como atriz, não queria só o sensacionalismo. E como menina/mulher aos 17 anos, só valeria à pena se fosse pra tratar da doença com muito respeito e atenção, e fazer uma ação social sobre câncer linfático. Não foi uma decisão irresponsável, muito menos leviana. Após uma longa conversa com a direção da emissora da época, chegamos juntos a essa conclusão, de que não fazia sentido pela forma como tudo estava sendo tratado“.
“Admiro a minha coragem de questionar, de me arriscar e enfrentar tudo que aconteceu depois, mesmo há oito anos. Acho que muita coisa mudou de lá pra cá, e hoje ninguém é mais inacessível e essas hierarquias são tratadas de uma forma bem mais saudável nos ambientes de trabalho“, continuou a ruiva, ressaltando a sua importância — assim como a de outros atores — nas decisões sobre quais rumos uma trama deve levar.
Na ocasião, Sophia Abrahão entrou na trama como Natasha, irmã de Nicole, e ficou com a função de investigar — dentro de suas possibilidades — a morte da familiar. Walcyr, apesar de tudo, disse não guardar mágoas de Marina: “Na época eu fiquei chateado, mas isso não quer dizer que eu não considere a Marina uma boa atriz, além de muito bonita e não quer dizer que eu não trabalharia com ela de novo, desde que as coisas fossem conversadas antes“.
Em seu perfil no Twitter, Marina Ruy Barbosa falou do ator num tom igualmente amigável: “No entanto, possuo total respeito e admiração pelo trabalho do Walcyr, um autor que considero muito talentoso”. Nas respostas, fãs da atriz a apoiavam, em mensagens como a seguinte: “Seria super a favor se realmente fosse relevante a trama, a sua personagem, mas naquele enredo específico não era, achei que você tomou a melhor decisão na época“.
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Oficialmente redator desde 2017. Experiências como editor e social media. Já escrevi sobre famosos, TV, novelas, música, reality show, política e pauta LGBTQIA+. Vídeos complementares no YouTube, no canal Benzatheus.