Campeã do Big Brother Brasil 6, Mara Viana disse que investiu todo o prêmio em estudos e para iniciar o tratamento médico da filha, Aracy Viana.
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A menina, que na época do programa tinha 7 anos, teve o diagnóstico de síndrome de Little, uma patologia neurológica, uma doença similar à paralisia facial, que limita a mobilidade.
Fora do programa da Globo, veiculado em 2006, com o prêmio de R$ 1 milhão e dois carros zero quilômetro, Mara segue morando em Porto Seguro, na Bahia. Pelo Instagram, Aracy revelou detalhes de seu tratamento.
“O processo de adaptação da minha deficiência é uma questão muito perguntada pelas pessoas que acompanharam todo o dilema da minha mãe no programa (…) Sempre me perguntam: ‘Aracy, qual foi o tratamento que você fez com o dinheiro do ‘Big Brother’, depois do ‘Big Brother’…?”. É muito importante falar, primeiro, que infelizmente Porto Seguro não tem uma infraestrutura muito boa para deficientes. Todos os tratamentos são feitos fora da minha cidade, ou em São Paulo ou em Salvador (…) Mas aqui em Porto não tem. Para uma pessoa que ganhava um salário e tinha que movimentar a casa inteira com esse salário, como era o caso da minha mãe, um tratamento adequado era inexistente. O máximo que você conseguia fazer aqui em Porto Seguro era fisioterapia”
Estudando Direito, Aracy relembrou a surpresa que teve ao saber, pela mãe, o valor da consulta com um especialista na capital paulista, à época:
“Depois que minha mãe foi para o “Big Brother”, consegui fazer o tratamento com médicos adequados, com sistemas adequados. A gente conseguiu ir para as cidades de Salvador e São Paulo. Sabiam desde os meus 8 meses a deficiência que eu tinha e queriam saber as possibilidades (de tratamento). A gente foi a um médico em São Paulo quando eu tinha uns 7 ou 8 anos, para que ele falasse se tinha uma cirurgia, uma adaptação mais complexa. Para terem uma ideia, uma consulta com esse médico na época era um salário (o salário mínimo naquele ano era de R$ 350), tudo o que a minha mãe ganhava no mês. Então, era impossível dentro da nossa realidade. A gente foi até ele, ele falou tudo o que tinha que falar e também de uma cirurgia que poderia dar certo ou não. Tinha mais chance de dar errado do que dar certo porque eu tinha passado do tempo de fazer. Quando a gente trata de síndrome de Little, a gente está tratando de pessoas que têm que correr contra o tempo para o nervo não se moldar completamente e ainda conseguir resgatar alguma coisa.”
A menina disse que, atualmente, a mãe é formada em Psicologia, e que nunca escondeu o diagnóstico da filha.
“Eu resgatei muito da minha mobilidade, mas não foi tudo por conta do tempo, que a gente não tinha dinheiro. Enfim, coisas que acontecem na vida. Esse médico deu o parecer dele, falou da cirurgia, e a gente decidiu não fazer. Ela sempre me deixou muito a par do que eu tinha, do que era necessário ser feito e deixava as escolhas para serem discutidas dentro de casa. Essa era uma situação que minha mãe deixava em aberto. Eu decidi não fazer. Decidi que eu ia conviver com isso, até porque tenho muita gratidão pela minha deficiência. Ela me abre caminhos que pessoas que não têm deficiência não podem entrar. Sou grata por tudo o que ela trouxe de bom para a minha vida. É o jeito. Vamos fazer acontecer. Ou eu ficava em casa chorando porque tinha uma mobilidade reduzida e ia ser impedida de fazer algumas coisas ou eu ia atrás de resolver a minha vida. Resolvi ir atrás de uma adaptação. Fiquei um mês internada em Salvador e lá eu ia para o shopping, para a rua, fazia danças, fazia aula de natação, tudo. E os médicos me acompanhavam para perceber como eu ia desenrolar as situações do cotidiano”
A jovem de 22 anos ainda revelou que, mesmo com muleta, seu tratamento segue.
“Estou tentando usar esta bendita muleta, mas Porto Seguro tem poucas adaptações de mobilidade urbana (…) Às vezes, o auxílio de alguém que vai comigo é melhor do que a muleta porque ela escorrega. E a cirurgia foi deixada de lado por opção minha. Hoje a gente segue esse acompanhamento para saber como estão os tendões, o quadril, o joelho regularmente. Não é sempre assim, mas vou lá sempre fazer exames de rotina e vamos seguindo uma adaptação gradual. E vamos seguindo a vida. Foi bacana o processo do “BBB” porque me permitiu conhecer os profissionais que tinham qualificações e espaços para tratar (…) E hoje consigo fazer muito mais coisas porque os médicos me ensinaram, elaboraram o modo de a gente fazer. O “BBB” foi muito importante para mim. Todo o tratamento que foi feito após o programa foi essencial para que eu tivesse a qualidade de vida que tenho para ir à faculdade, a um shopping. Graças a Deus por isso e obrigada a todo mundo que votou na minha mãe e torceu por isso. É fantástico”.
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