A Record foi derrotada em processo e terá que pagar R$ 30 mil de indenização por danos morais para um casal. Eles entraram com ação após serem envolvidos por engano nas investigações do assassinato do ator Rafael Miguel (1996-2019) e dos pais dele.
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A informação foi confirmada pelo Notícias da TV, que revelou que Carlos do Espírito Santo e Elaine Cristina da Silva acusaram a emissora de Edir Macedo de exibir a placa de um veículo deles como se fosse o carro utilizado na fuga de Paulo Cupertino Matias, que é apontado como o responsável pelo crime.
A magistrada que determinou a sentença no início deste mês ressaltou que, ao não borrar as informações da placa do automóvel, a Record cometeu “abuso no direito de informar”.
O site também destacou que, no texto, o processo não foi aberto contra um telejornal específico do canal paulista, pois o caso teve repercussão em diversos noticiosos, principalmente no Balanço Geral SP e Cidade Alerta, que voltaram às suas atenções ao caso durante dias.
No processo, o casal alegou que a placa e as características do veículo deles foram exibidos em diferentes ocasiões entre os dias 10 e 18 de junho nos noticiários da Record.
A defesa de Carlos do Espírito Santo e Elaine Cristina da Silva alegou na petição que eles passaram a ser vistos na vizinhança como possíveis cúmplices do investigado pelo crime.
“Sustentam que a ré [Record] extrapolou os limites da liberdade de imprensa e de informação, acarretando-lhes danos, pois, após saber se tratar de uma clonagem, continuou exibindo a placa do veículo”, diz um trecho da sentença.
O texto salientou ainda que, mesmo com a polícia tendo descoberto que a placa do carro foi clonada, os telejornais seguiram mostrando os detalhes do veículo do casal.
No dia 12 de junho de 2019, Elaine chegou a dar entrevista para o Balanço Geral SP. “Existe um carro igual a esse, original, que é de uma família honesta que comprou o carro. O carro em que Paulo Cupertino foge da polícia é um carro roubado, e eles colocam a placa idêntica de um carro igual”, destacou Reinaldo Gottino.
“Nós nos deparamos com a polícia no portão da nossa casa, pedindo para ver o carro. Inclusive, o carro não estava na minha garagem porque eu alugo a minha vaga, aí eles foram com a gente até a garagem, tiraram o carro, trouxeram até a porta da minha residência, revistaram todo o veículo e eles falaram que o carro estava sendo procurado”, comentou a entrevistada, que, na época, preferiu não se identificar.
“E [a polícia] falou que, inclusive, estava na mídia. Foi quando a gente viu que realmente estava passando na Record, aí eu peguei a documentação do carro para conferir a placa. O policial fez a conferência. Meu carro tem um rastreador, foi assim que a polícia me achou”, completou.
Em sua defesa, a Record chegou a usar a entrevista com a dona do veículo. “Alega, em suma, que não houve excesso ao abuso de sua parte, porquanto sempre deixou claro que o criminoso se utilizou de um veículo clonado para empreender fuga”, pediram os advogados da emissora.
“Além disso, foi exibida reportagem com entrevista da autora [Elaine], tendo o apresentador deixado claro que se tratava de pessoa honesta e de bem e que inclusive pediu para não ser identificada na matéria jornalística. Pede a improcedência da ação”, ressaltaram ainda.
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