BBB 2021: Familiares revelam que João Luiz não deixava cabelo crescer por medo de preconceito

BBB 2021

João Luiz teve problemas para acertar o black power (Imagem: Reprodução / Globo)

O black power de João Luiz sempre foi uma pauta importante na sua vida, mesmo antes do BBB 2021. Até o ano passado, o professor de Geografia preferia sempre cortar o cabelo, deixando a cabeça raspada, com medo de sofrer preconceito. A iniciativa de deixar crescer surgiu na pandemia da Covid-19, quando ficou cerca de um ano sem ir ao cabeleireiro e assim surgiu o cabelão.

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Em conversa com o jornal Extra, o namorado do brother, o também professor Igor Moreira, lembrou que quando os dois se conheceram, em 2016, João nunca cogitou deixar o cabelo crescer.

Tem que estar na pele dele para entender. Dói muito nele qualquer comparação ao cabelo dele. Quando eu o conheci, ele raspava, nunca deixava crescer. João só foi deixar crescer na quarentena, porque não podia sair para cortar. Então, ele cuidava do cabelo e o hidratava todos os dias com produtos que comprava no supermercado”, contou.

Desde muito novo, ele aprendeu sobre as questões do preconceito. A mãe Lucilene, de 54 anos, branca e professora primária aposentada. O pai, um metalúrgico (desempregado desde o início da pandemia), é um militante de movimentos negros em Minas Gerais e sempre preparou o filho para as questões raciais.

A gente já sabia que ele ia passar por isso, então, desde cedo, conversamos com ele. João teve problemas na infância por ser negro. Já chegou em casa chorando da escola. Uma vez, quando ele tinha uns 9 anos, entrou numa loja com uns amigos, e o proprietário encostou ele, o único negro do grupo, na parede e o revistou. Aquilo chocou muito meu filho”, lembrou o pai, Luiz Papa, de 64 anos, contando que já teve o mesmo cabelo black power:

“Quando é com alguém muito próximo da gente, a dor é ainda maior. Ensinei ao João que gente não pode se calar diante disso”.

O jovem sempre teve uma boa relação com os pais. Prova disso é que com 14 anos ele não teve receio de falar sobre sua sexualidade para eles. “Ele falou primeiro com a mãe. E a gente o preparou com relação às dificuldades que ele ia enfrentar em uma sociedade que, às vezes, é perversa. Nós falamos que ele tinha que priorizar a educação, se formar, ter uma independência, se posicionar e ter firmeza em suas decisões”, lembrou Luiz.

Da Redação
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