A HBO estreou nesta terça-feira (4) a série documental Escravidão – Século XXI, que traz a história, relatos e expõe a escravidão contemporânea no Brasil. O primeiro episódio foi disponibilizado na TV paga e também para assinantes do serviço HBO GO.
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Criado por Luiz Carlos Barreto e dirigido por Bruno Barreto, a produção contém cinco capítulos, cada um contendo uma hora de duração, focados em assuntos variados dentro da temática, entre eles estão cultura da escravidão, escravidão rural, dinâmica da escravidão, escravidão globalizada e sexo e escravidão.
As pautas são abordadas com reprodução da sociedade atual, com imagens revelando a realidade de milhares de trabalhadores brasileiros.
O jornalista, fotógrafo e diretor de cinema Luiz Carlos divulgou um material sobre o projeto e ressaltou que o trabalho escravo sempre foi uma grande preocupação da sua vida como repórter.
“Nos anos 1940, marcados por uma grande guerra mundial, testemunhei, no Ceará, o episódio do Exército da Borracha, quando levas de trabalhadores sertanejos nordestinos eram recrutadas e levadas para os seringais na Floresta Amazônica, transportados em caminhões pau-de-arara até Fortaleza e depois em porões de navios cargueiros até Manaus“, comentou o veterano. “Escravidão – Século XXI é fruto dessa memória que não se apagou, porque a cultura da escravidão, no Brasil, persiste”.
Além dos personagens, personalidades conhecidas também aparecem em cena nas entrevistas. São os casos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do diplomata e ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim e do jornalista Leonardo Sakamoto.
Os depoimentos analisam a relação entre a escravidão moderna, a sociedade brasileira e o racismo no Brasil. A atração é uma coprodução da HBO com a produtora Filmes do Equador. Bruno Barreto dirige os episódios.
Em entrevista à Veja, Bruno Barreto contou como surgiu a ideia de fazer a série:
“Eu li um livro do Ricardo Rezende há exatamente cinco anos, o Pisando Fora da Própria Sombra: A Escravidão por Dívida no Brasil Contemporâneo (Editora Civilização Brasileira). É como se fosse o caso zero do trabalho escravo no século XXI, em que o explorado, o Zé Pereira, foge da fazenda em que era escravizado com outros dois companheiros. Quando os capatazes vão atrás deles, os outros dois morre. Os corpos são então jogados na fazenda Brasil Verde, condenada na ONU em 2017, e o Zé se salva. É uma história incrível que renderia uma trama com muitas viradas, mas decidimos fazer uma série documental, porque a escravidão contemporânea é um fenômeno mundial”.
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