Latino foi convocado a comparecer à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância – DECRADI, na tarde da última quinta-feira (06), para dar seu depoimento após a denúncia de intolerância religiosa.
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Segundo a coluna de Fábia Oliveira, do jornal O Dia, o cantor foi ao local para dar esclarecimentos a respeito da denúncia realizada pela Secretaria Municipal de Cidadania, por causa da sua fala sobre a morte de Twelves, seu macaco.
Para quem não sabe, durante uma entrevista no podcast Flow, no dia 14 de abril, Latino responsabilizou pessoas (provavelmente adeptos de religiões de matrizes africanas) pela morte do seu animal de estimação.
“Dizem que foi macumba, né. Os caras falaram que foi macumba. Fizeram um trabalho pra mim que o macaco foi no meu lugar. Quem conhece o mundo espiritual pode dizer melhor”, disse o músico, que contou que soube disso atrás de um médium e de um profeta.
E o discurso preconceituoso não parou por aí. No ofício enviado para a delegacia, o cantor ainda afirmou: “Nessa parada de centro espírita, nesse bagulho de macumba, os caras fazem trabalhos pesados pra infernizar a vida do outro”.
“E aí fizeram um trabalho, sei lá, de ebó… Sei lá que porra que chama essa merda de ‘macumbaria’. Eu não acredito nessa p*rra. Ficar falando da vida alheia. A gente vê muito no meio artístico”, completou.
Vale lembrar que intolerância religiosa é crime. Dessa forma, o código penal estabelece, no artigo 208, aplicação de multa e detenção de um mês a um ano para quem escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa.
Cabe ainda ressaltar que “macumba” é um antigo instrumento de percussão de origem africana, usado em terreiros de cultos afro-brasileiros.
Para quem não sabe, foi o deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Átila Nunes, do MDB, que abriu a denúncia contra o artista no Ministério Público por intolerância religiosa. Em um comunicado, o político afirmou: “Denunciei o cantor Latino ao Ministério Público por escarnecer publicamente de culto religioso, crime previsto no artigo 208 do Código Penal, agravado por ter sido em veículo de comunicação”.
“Pedirei à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Segurança (DECRADI) que abra um inquérito e convoque o cantor para confirmar suas declarações preconceituosas no podcast Flow”, continuou.
Segundo o deputado, “Latino mostrou seu lado intolerante no aspecto religioso”, o que motivou o pedido por uma investigação sobre o ocorrido. “[Ele] Deve responder pelas ofensas aos praticantes da Umbanda e do Candomblé, que não têm qualquer culpa pela decadência da carreira dele”, acrescentou.
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