Relatos semelhantes de jornalistas da TV Vanguarda, afiliada da Globo em São José dos Campos, nos quais afirmam que foram demitidas da emissora por questões estéticas, fizeram com que o Ministério Público do Trabalho (MPT) voltasse a investigar a empresa. Um inquérito sobre o assunto havia sido arquivado em março e foi reaberto na terça-feira (11), após o relato de Marcela Mesquita.
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Ela e Michelle Sampaio alegam que perderam espaço na TV por não conseguirem se adequar ao que o canal definiu como ideal. Marcela foi demitida essa semana, após 12 anos trabalhando no local. Já Sampaio foi desligada em março de 2016, depois de atuar 16 anos no grupo.
Na ocasião, ela disse: “Fui informada pela diretora de jornalismo que a emissora optou pelo meu desligamento por eu não ter atingido o objetivo, que era emagrecer“.
Já relatou que foi afastada do vídeo entre outubro de 2017 e o início de 2020: “Fiquei quase dois anos e meio na geladeira”, disse. “Na época, fui informada pela chefe de redação que a direção tinha decidido me afastar porque eu estava ‘fora do padrão’, ‘acima do peso’. Foram esses os termos que usaram“, complementou.
Além das duas, Micheli Diniz, jornalista da TV Vanguarda entre 1998 e 2003, relatou em 2019 outra história semelhante. “O caso da jornalista Michelle Sampaio não é um fato isolado. Digo isto porque vivi há 15 anos a mesma situação. Na mesma emissora, com as mesmas pessoas“.
Em 2020, ainda durante o inquérito, a emissora assinou um termo de ajuste de conduta (TAC). No documento, ela se comprometeu a “abster-se de prática discriminatória em razão do padrão estético de seus empregados principalmente relacionado ao peso corporal, bem como abster-se de estabelecer referido padrão através de exigências invasivas à privacidade e liberdade de seus empregados“.
A Vanguarda se pactuou, ainda, a não “formular exigências aos seus empregados que importem discriminação estética“. Também a não “desligar dos quadros da empresa, única e exclusivamente em razão do peso, pessoas que tenham sobrepeso ou obesidade”. E, ainda, de tirar do vídeo repórteres ou apresentadores “por motivos estéticos relacionados ao peso corporal”.
Com a ausência de comprovação sobre a discriminação estética, em 4 de março deste ano, a procuradora pediu arquivamento do caso. Mas, um dia após a denúncia de Marcela Mesquita, o MPT pediu o desarquivamento para investigar se o desligamento dela desrespeita o documento assinado anteriormente.
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