Mesmo com todo sucesso conquistado ao longo dos anos de carreira, Helio de La Peña ainda passa por algumas situações racistas no dia a dia. E são elas que o ator acaba transformando em material para seus trabalhos.
VEJA ESSA
Em entrevista ao podcast No Flow, o comediante revelou que enxerga comportamentos racistas dentro do condomínio onde mora, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
“Moro num condomínio de luxo e quando chego de madrugada já aconteceu de eu ser barrado. Sou o único preto no meu condomínio. Tirando eu, só os funcionários são pretos. Uso essas histórias como inspiração para o stand up, é sobre isso que eu falo. Vivo numa situação de exceção, eu sei. Já ouvi muitas histórias racistas ditas por outros moradores“, disse.
Em uma das situações, Helio ouviu reclamações de seus vizinhos quando comprou a residência no local. “Numa conversa entre os vizinhos, um deles lamentou não ter comprado a casa para ampliar seu terreno e outro disse: ‘Você não comprou e aí um casseta comprou. Resultado: Vai ter que ouvir pagode a noite toda’. Eu só ouvia jazz e rock progressivo, mas acabei ouvindo pagode só por causa disso, e voltei a ouvir minhas músicas quando ele se mudou“.
O artista, que recentemente se envolveu na divulgação do documentário Meu Amigo Bussunda, lançado no Globoplay, está engajado ao Grupo Artístico Cultural Arteiros, que oferece cursinho pré-vestibular gratuito para adolescentes da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro.
“Eu conheci o projeto dos arteiros em Nova York com o Rodrigo Felha. A gente estava na semana global da Cufa [Central Única das Favelas], quando a Cufa foi apresentada à ONU e nós estávamos lá. O Felha foi falando do projeto dele e eu fiquei interessado e, quando voltamos, ele me convidou para uma roda de conversa com os atores. Lá no instituto, ele me mostrou uma sala vazia em pretendia fazer um pré-vestibular e eu perguntei: ‘Mas o que você tem?’. Ele me respondeu: ‘Tenho isso aqui ó, ou seja, nada!’. Falei para montarmos esse projeto e perguntei o que seria o principal ele me respondeu carteira, com carteira nós temos alunos, nós temos estudantes. Para mim, educação é palavra de ordem, ele mandou certo, acertou meu coração“, afirmou Helio em entrevista à Quem.
De acordo com o humorista, iniciativas de ensino merecem apoio. “Forneci as carteiras para sala, os professores foram muito solícitos imediatamente. Acho que mudou a Cidade de Deus e eu sempre me mantenho próximo do Projeto Arteiros, com contato com eles porque eu quero vida longa a esse projeto e a vários outros”, disse ele sobre o projeto que garante assistência para vestibulandos.
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