A Igreja Universal foi condenada pelo juiz Daniel Luiz Maia Santos a indenizar a ex-fiel Adrielli Fernanda da Silva por constrangimento e danos morais em R$ 10 mil. As informações são do colunista Ricardo Feltrin, do UOL.
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O episódio que culminou na disputa judicial aconteceu em 15 de novembro do ano passado quando, durante um culto, ela tirou o celular da bolsa para olhar as horas, mas foi abordada por um obreiro que desconfiou da atitude e a acusou de estar gravando a reunião.
Mesmo se justificando, vários obreiros a cercaram e a vigiaram até o final do encontro religioso. Quando terminou, uma outra obreira, identificada como Beatriz, a abordou novamente de forma mais dura. Algumas testemunhas afirmam, inclusive, que a religiosa chegou a segurar Adrielli pelo braço.
Foi quando a fiel tentou novamente se explicar, mas acabou ficando nervosa e saiu aos prantos do templo.
Na decisão, o juiz concordou que é lícito que as instituições religiosas vetem o uso de celulares durante o culto, porém apontou que, conforme relatos das testemunhas, houve duplo constrangimento na atitude dos obreiros quando encurralaram a fiel, a impedindo de comungar sua fé e, mais uma vez, quando Beatriz a abordou agressivamente.
Outro fator determinante foi que a obreira foi convocada para se manifestar no tribunal, mas ignorou o chamado. “Autora (da ação) foi ferida em sua dignidade“, sentenciou o juiz.
A igreja, que garantiu que vai recorrer da decisão, se manifestou por nota emitida pela Unicom, setor responsável por sua comunicação.
“Todos os templos religiosos têm normas de conduta para os frequentadores, que estão amparadas na liberdade litúrgica assegurada pela Constituição Federal. Assim, em uma sinagoga os homens usam o quipá, deve-se entrar descalço em uma mesquita, algumas comunidades católicas mais tradicionais estimulam que as mulheres cubram a cabeça com véu e praticamente todas as religiões solicitam o uso de roupas discretas. Mas além da liturgia que deve ser observada em um local sagrado, como um templo, inúmeras instituições proíbem o uso de celular, tanto para falar, quanto para registrar imagens, como, por exemplo, bancos, tribunais, teatros e museus“, diz um dos trechos.
Em seguida, foi apontado que o uso do aparelho eletrônico é expressamente proibido: “Os templos da Igreja Universal do Reino de Deus estão sinalizados com avisos sobre a proibição do uso de celulares, como uma forma de reverência e de respeito ao culto e aos demais presentes. A norma é obrigatória e vale para todos os frequentadores, em todos os templos da Universal“.
Por fim, informou que “a Universal já recorreu da decisão judicial, com a certeza de que será revertida” e solicitou que a nota fosse publicada na íntegra.
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