Dalton Vigh tem uma carreira marcada pela diversidade de trabalhos. O famoso possui mais de 30 produções para TV, entre novelas, séries e minisséries, além de 12 filmes e 14 peças. O artista já passou por várias mudanças em sua carreira e atualmente já tem aproveitado o sucesso das plataformas de streaming.
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Em entrevista ao RD1, o ator falou a respeito dessa mudança no mercado audiovisual e também sobre a reinvenção dos artistas nesse momento. Além disso, ele destacou a importância da cultura e arte em todos os momentos.
“A desvalorização da cultura já vem acontecendo desde antes da pandemia, não só na produção cultural, mas principalmente no consumo de cultura”, ressaltou o famoso, que comentou sobre o período de confinamento que viveu na pandemia da covid-19. “Todo tempo perto da família é sagrado, e como não havia muito o que se fazer a não ser esperar, aproveitei o que pude”, declarou.
Em 2020, cabe lembrar, ele esteve em três novelas simultaneamente no ar, as reprises Fina Estampa (Globo) e O Clone (Viva), além da inédita As Aventuras de Poliana (SBT). Inclusive, Dalton confirmou o início das gravações da nova fase da trama infantil para setembro.
“Devemos começar a nos reunir agora em agosto, para começar a gravar em setembro”, cravou ele, que ainda falou sobre o seu personagem nesta nova fase: “O que era certo é que a relação entre Poliana e Pendleton estará mais estabelecida como pai e filha, e também contará com uma possível futura madrasta”.
Além desse trabalho na novela do SBT, ele vive um dos papéis centrais na série A Divisão, que tem duas temporadas disponíveis no Globoplay. Na trama, Dalton dá vida a um político, Venâncio Couto, que almeja ser governador e tem a filha sequestrada.
Confira a entrevista na íntegra:
RD1 – Você tem uma prestigiada carreira na televisão, no teatro e nas telonas, mas também tem encarado o desafio de trabalhar para o streaming, com a série A Divisão (Globoplay). Como enxerga esse novo momento artístico, com várias possibilidades?
Dalton Vigh – Com otimismo, pois acho que é exatamente isso, um novo momento artístico com várias possibilidades, o streaming veio para ficar e em breve até as novelas, que até agora eram produzidas apenas para emissoras de sinal aberto, também devem ser produzidas para o streaming.
Você lida bem com as adaptações que precisa fazer ao longo do tempo?
Com a maioria, sim, com algumas, nem tanto… (risos)
Você vive um dos papéis principais da série do Globoplay, qual foi o maior desafio? O que você precisou aprender para dar vida ao político?
Não fiz uma preparação específica para interpretar um político, mas sim de como procediam as negociações entre sequestradores e as famílias e o impacto psicológico que esse tipo de crime exerce sobre os familiares.
Você acredita que o seu personagem tem muitas semelhanças com muitos políticos brasileiros atuais?
Claro, ele joga o jogo político como muitos e usa de sua influência para obter ganhos próprios, com contatos no submundo e práticas de “caixa 2”, etc..
O que a pandemia mudou na sua rotina? A cultura foi um dos setores mais afetados pelo momento, acredita que existe uma desvalorização no setor?
Essa desvalorização, na minha opinião, já vem acontecendo desde antes da pandemia, não só na produção cultural mas principalmente no consumo de cultura. Somos um país onde grande parte da população nunca teve qualquer contato com, por exemplo, espetáculos teatrais, balés e concertos ou museus, em nenhum momento de sua formação escolar. Sem contar aqueles que nem mesmo tiveram formação escolar adequada. Acho que é dever do Estado incentivar o contato com as artes e os esportes desde a primeira infância para que possamos ser tudo o que merecemos ser como cidadãos e também como nação.
Você acredita que, apesar da desvalorização, a cultura acabou sendo importante para este momento de pandemia?
Com certeza, o fechamento dos teatros e cinemas fez com que todos tivessem que mudar os hábitos e até acabou criando o teatro online, sinal que as pessoas buscam entretenimento em momentos de crise.
Como você tem lidado com essa retomada lenta dos trabalhos? Foi importante esse período ao lado da família?
Todo tempo perto da família é sagrado, e como não havia muito o que se fazer a não ser esperar, aproveitei o que pude. Agora com essa retomada toda a rotina de casa deve mudar de novo.
Recentemente você esteve no ar em três tramas diferentes ao mesmo tempo, Fina Estampa, O Clone e As Aventuras de Poliana. Você gosta de rever as suas atuações? É crítico ao assistir os trabalhos antigos?
Não dá pra se assistir sem ser crítico, pra mim não tem como. Quando você está fazendo novela, você tem que ir acompanhando para ver o que está fazendo e ir corrigindo, ver o que podia ter aproveitado melhor, o que exagerou, o que fez de menos. No caso de uma reprise, não tem o que fazer para consertar, então eu aproveito mais para matar saudades dos momentos que vivi e das pessoas com quem trabalhei. Mas, mesmo assim, dá umas fisgadas no peito quando se vê uma cena que poderia ter sido melhor.
Falando na novela infantil do SBT, você está reservado para retornar em Poliana Moça. Já existe uma previsão para o trabalho? Costuma manter contato com o elenco que seguirá na trama? O que pode adiantar desta nova etapa?
Devemos começar a nos reunir agora em agosto para começar a gravar em setembro e, sim, mantemos contato através de um grupo de WhatsApp que reúne elenco e equipe.
Quanto à trama, ainda não sei se houveram alterações no texto que gravaríamos ano passado, mas o que era certo é que a relação entre Poliana e Pendleton estará mais estabelecida como pai e filha, e também contará com uma possível futura madrasta.
Você já tem outros projetos em vista?
Sim, mas ainda não posso divulgar.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]