Evidências apontam Xuxa Meneghel como a melhor escolha para o Drag Race Brasil

Xuxa Meneghel e RuPaul

Xuxa Meneghel seria a representante brasileira do RuPaul’s Drag Race (Imagens: Divulgação / Montagem – RD1)

RuPaul começou com o Drag Race em 2009 e desde então, anualmente, revela novas drag queens para os Estados Unidos e o resto do mundo. A competição ganhou versões internacionais em vários países e os rumores da chegada ao Brasil se fortaleceram, tendo Xuxa Meneghel como a possível apresentadora.

O nome da loira deixou alguns felizes e desagradou outros, que alegaram que uma mulher heterossexual e cisgênero não seria a escolha mais adequada para um projeto de tamanha representatividade para essa arte tão discriminada.

O argumento não deixa de ser válido, mas algumas evidências apontam que o nome de Xuxa pode ser, sim, um grande acerto. Voltando a falar de RuPaul, vale lembrar que por mais que a drag foi aposta desde o início — de emissoras como Logo, VH1 e agora o streaming da Paramount+ — isso se deve ao fato dela ter um nome forte nos EUA desde os anos 90, com incontáveis participações em filmes fora do nicho LGBTQIA+, além do primeiro sucesso com a música Supermodel.

A competição que testa o talento das artistas na estética, costura, canto, atuação, comédia e muitas outras habilidades, em busca de um prêmio de 100 mil dólares, também chegou a países como Holanda, Tailândia, Espanha, Canadá, além do Reino Unido e da versão conjugada da Austrália e Nova Zelândia.

Falando da cena nacional, tivemos programas parecidos. Academia de Drags foi transmitido exclusivamente pelo YouTube, apresentado pela lendária Silvetty Montilla e a novata Alexia Twister, com presença de jurados famosos como Miguel Falabella e Regina Volpato.

Drag Me As A Queen, pelo canal pago E!, transformava mulheres com baixa autoestima em drags por um dia, e tinha o comando de Penelopy Jean, Ikaro Kadoshi e Rita Von Hunty. Essa última, inclusive, foi revelada no reality citado anteriormente.

Falando nele, a volta de Alexia veio junto com Gloria Groove, no Nasce Uma Rainha, especial da Netflix que celebrava a arte que defendem. Outras produções como Glitter (que passava numa afiliada cearense da Globo) e TNT Drag (tendo a segunda temporada mostrada na Band Bahia) também ganharam espaço, mas nenhum deles passou perto do que foi o RuPaul’s Drag Race, nem mesmo em conhecimento dos espectadores.

Um exemplo disso é Pabllo Vittar, uma grande estrela nacional e que estagnou na faixa de 11 milhões de seguidores no Instagram, mesmo com colaborações internacionais e sucessos na música, está atrás até de ex-BBBs heterossexuais como Juliette Freire, que ultrapassou o número de 32 milhões em menos de 1 ano.

Apesar de tudo, há uma grande dificuldade nacional para que drag queens se tornem de fato protagonistas do grande mainstream, formado por todos os públicos, sem distinção. Por mais doloroso que seja afirmar, ainda há uma grande discriminação com essa parcela…

Fora o fato de que nomes grandes não tem experiência como apresentadoras e nomes experientes não tem esse apelo nacional abrangente, coisa que Xuxa inegavelmente tem. Embora seja uma “mulher comum”, a eterna rainha dos baixinhos introduziu muitos elementos do universo drag em seus programas, como o Planeta Xuxa e até mesmo de forma sutil em atrações infantis.

A mulher de Junno já realizou trabalhos se travestindo desse jeito em algumas vezes, além de trazer claras inspirações em figurinos “tradicionais”. Outra adição à mãe de Sasha é o livro que lançou, Maya: O Bebê Arco-Íris, que conta a história de uma criança com duas mães.

Xuxa Meneghel pode não ser o nome mais representativo para um possível Drag Race Brasil, mas certamente ampliaria o cenário nacional desta forma de arte, abrindo ainda mais portas. Usando de uma figura de linguagem, essa escolha seria como um cavalo de troia, trazendo de maneira despercebida as drag queens para uma plataforma tão grande como o Multishow e até mesmo a Globo.

Confira:

Matheus Henrique Menezes
Escrito por

Matheus Henrique Menezes

Oficialmente redator desde 2017. Experiências como editor e social media. Já escrevi sobre famosos, TV, novelas, música, reality show, política e pauta LGBTQIA+. Vídeos complementares no YouTube, no canal Benzatheus.