“Sou apaixonada por cantora que canta com a xa**”, dispara Gaby Amarantos

Gaby Amaranto

Gaby Amarantos lançou Purakê e surpreendeu com revelação (Imagem: Reprodução / Instagram)

Gaby Amarantos lançou o álbum Purakê, quase dez anos após seu primeiro projeto. Em entrevista ao O Globo, a cantora abriu o jogo e revelou o motivo de ter escolhido nomes como Alcione, Elza Soares e Ney Matogrosso a Liniker, Luedji Luna e Urias para integrar seu novo disco:

“O que me interessa é a voz, é o feminino que habita nelas. A Urias, por exemplo, tem um timbre muito específico, uma voz peculiar. Eu sou apaixonada por voz, por cantora que canta com a xana. Quando eu penso em convidar alguém não é por números, é porque canta”.

Por falar em sentimento, Gaby falou qual seu pensamento a respeito das relações amorosas e suas mudanças, nove anos após o primeiro álbum. “Hoje, com certeza, elas estão mais fluidas. Mas acho que ainda tem muito espaço para esse amor que sofre, que é o amor de pica. A mulher tem que poder exercitar a sua sexualidade. O que é muito importante do ponto de vista da população preta e periférica, de não ser posta num lugar de promiscuidade“, disparou.

Questionada pela publicação sobre o impacto que a pandemia teve na vida das mulheres brasileiras, a artista afirmou:

“As que são faveladas e periféricas passaram por mais dificuldades, porque elas é que ficaram sem emprego e tiveram que cuidar dos filhos. Uma corrente de mulheres é que está salvando muitas delas. Meu disco faz uma homenagem a elas, a sororidade nunca foi tão importante. Se não fosse a minha mãe, as minhas tias, a minha irmã ficando com meus filhos, segurando as pontas, eu não poderia ter feito essa migração e construído a minha carreira”.

Por falar em periferia, Gaby também comentou sobre o fato de ter sido pioneira da música eletrônica periférica no Brasil. “Foi muito difícil nesse país mostrar que ela tinha valor. O tecnobrega, o bregafunk e o próprio funk são estilos musicais que vieram da ‘perifa’. E, para fazer essa música, a gente usava uns programas de computador pré-históricos, era meio como tirar leite de pedra. O ‘Purakê” já traz uma evolução sonora, mostrando que a gente não é só tecnobrega. Era importante ir além, mas mantendo essa essência periférica em todos os processos”, explicou.

Da Redação
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