A Globo mostrará Cauã Reymond na pele de dois irmãos gêmeos em sua próxima novela das nove, Um Lugar ao Sol, com um assumindo o lugar do outro, e isso trouxe várias comparações com A Usurpadora.
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O clássico folhetim mexicano também parte da mesma premissa, com uma irmã gêmea substituindo a outra em sua família, mas de acordo com a autora Lícia Manzo, as duas histórias não terão nada a ver.
Em conversa com o Notícias da TV, ela foi questionada sobre o assunto e disparou: “Veja e me diga se é um remake ou não. Para mim, a troca não é o mais importante”.
“Se fosse assim, aí teria uma ‘lua’ em A Usurpadora. Estou muito mais interessada na repercussão desse fato, no jogo subjetivo por trás dessa equação”, ressaltou, destacando os pontos que irá abordar:
“É uma pessoa que está aprisionada em um corpo que não é o seu, querendo fugir dali de qualquer maneira, sem saber como romper a farsa”.
Ainda segundo ela, a ideia da história partiu do documentário Meus 18 Anos (2018), sobre órfãos que são obrigados a deixarem os orfanatos depois que chegam à maioridade.
“São jovens que querem estudar, fazer a diferença, mas será que conseguiriam no Brasil que a gente tem hoje? E qual o prejuízo de ter que abrir mão desses sonhos por 18 anos? Eu comecei a perseguir esse protagonista que também deixa um abrigo, que quer a vida que lhe foi negada, mas faltava o folhetinesco. Fui buscar na história do duplo”.
“Então, quando fiz o cálculo, nem me lembrei de novelas como O Clone (2001) ou Mulheres de Areia (1993), que são ótimas e estão aí até hoje no nosso imaginário”, prosseguiu.
“No Brasil, as oportunidades são roubadas diariamente de parte da população, então é legítimo que eles olhem para o outro com cobiça. Eu apenas fui atrás dessa história, que nasceu de uma necessidade minha e que é verdadeira para mim”, completou.
Um Lugar ao Sol estreia em 8 de novembro e contará com Pável Reymond, irmão de Cauã, como dublê dos personagens. Recentemente, inclusive, ele abriu o jogo ao falar sobre sua estreia nas novelas.
Em entrevista ao Fantástico, o rapaz, que é oito anos mais novo que o galã, revelou: “Nos uniu mais. Agora se tornou uma união profissional”.
Cauã completou: “Esse é muito especial, é um dublê cheio de amor”. Para o trabalho, Pável, que tem 33 anos, precisou passar por algumas mudanças. “Tive que ganhar massa muscular, principalmente na parte superior que influenciava bastante na câmera“. O ator, por sua vez, rasgou elogios ao caçula:
“Ele foi extremamente corajoso, não é fácil entrar num set de uma novela das 9, com uma trama complexa. Eu pude valorizar mais estar próximo do meu irmão, do amor que um tem pelo outro, a amizade que a gente cultiva. É um trabalho que, como fala de dois meninos abandonados, fala muito da nossa mãe”.
Pável, então, explicou a coincidência da história da mãe deles: “Ela foi adotada. Foi uma história de superação. Quando peguei o roteiro, vi que remeteu muito a nossa mãe, ela sempre quis muito essa união“.
Por falar em Denise Marques, a mãe dos dois deixou um último pedido antes de falecer em 2019, vítima de câncer. Em entrevista ao Gshow, Cauã contou que ela pediu para ele e seu irmão seguirem juntos:
“Era um sonho da minha mãe, algo que ela falou no leito de morte, é até forte dizer isso assim: ela queria nos ver juntos em tudo, que nós ficássemos unidos para sempre. De alguma forma, a novela trouxe esse lugar sincero”.
Como têm oito anos de diferença e são irmãos por parte de mãe, Cauã e Pável acabaram crescendo longe um do outro, conforme explicou o caçula à publicação:
“Quando o Cauã tinha 14 anos, ele foi morar com o pai no Sul. Depois, ele foi trabalhar no exterior como modelo. Então, a gente ficou um longo período distante, mas ele me mandava cartões postais”.
Pável ainda recordou: “A gente foi conviver mais quando eu vim para o Rio e chegamos a morar juntos antes de eu mudar de cidade para fazer faculdade. Hoje a gente tem uma família super próxima, super unida. Eu, ele, Sofia e nossa avó. Com toda certeza, a novela foi muito importante. Não só na nossa relação como irmão, mas de trabalho”.
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