Após série do Globoplay, crime de 1992 pode ter condenações anuladas

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Série do Globoplay pode provocar mudança em julgamento (Imagem: Reprodução / Projeto Humanos – Ivan Mizanzuk)

Um dos sucessos do Globoplay em 2021, o documentário O Caso Evandro trouxe à tona áudios que podem mudar o rumo da condenação de três pessoas pela morte do garoto Evandro Ramos Caetano, em Guaratuba.

Segundo o G1, os novos documentos embasam o pedido de revisão criminal, protocolado na segunda-feira (6) pela defesa Beatriz Abagge, Davi dos Santos Soares e Osvaldo Marcineiro. Pareceres técnicos apontam que houve violência física durante a confissão dos condenados.

A série mostrou falas e eventos sonoros comprometedores em gravações dos depoimentos dos condenados. Perícias contratadas pela defesa dos três condenados, então, apontam as agressões que eles sofreram.

Cabe lembrar que, desde o início do processo, os acusados alegam que confessaram os crimes mediante tortura. Eles foram condenados a mais de 18 anos de prisão pela morte do garoto, que aconteceu em 1992.

“Se essa fita que foi tirada dos autos no momento oportuno, estas pessoas não teriam sido condenadas”, afirmou o advogado Antonio Figueiredo Basto.

O parecer diz: “A respiração ofegante durante a fala pode ser o resultado de vários fatores, dentre eles, o esforço físico exagerado e a submissão do falante a violência física e emocional e a situações de estresse e ansiedade intensos”.

De acordo com o perito criminal Antonio César Morant Braid, “os momentos de fala dos interlocutores eram pouco articulados e repetitivos e, em alguns deles, acompanhados de choro”.

A análise aponta que não foram inseridos trechos gravados posteriormente nas fitas e que as gravações eram interrompidas em tempo real por um operador do gravador.

Para os defensores de Beatriz, as cenas que compõem a série podem comprovar que ela e sua mãe, Celina Abagge, não mentiram quando afirmaram terem sido vítimas de agressões para assumirem a responsabilidade pela morte do garoto.

“Agora, só nos resta esperar que, diante das irrefutáveis evidências, o Tribunal de Justiça do Paraná, enfim, reconheça a injustiça que os acusados sofreram ao longo desses quase 30 anos”, afirmou o advogado Tomás Chinasso no Twitter.

Da Redação
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