Dira Paes fala do sucesso de Pantanal e o compara com momento polarizado do Brasil

Dira Paes

Dira Paes falou sobre o sucesso de Pantanal (Imagem: Divulgação / Globo)

Dira Paes está feliz da vida com os resultados obtidos por Pantanal, da Globo. O remake agradou público de todas as idades e tem repercutido muito nas redes sociais. Para a atriz, o sucesso do folhetim se deve ao fato de que o brasileiro estava com saudade de uma história que desviasse do Brasil polarizado.

“A novela tem uma consistência, como um organismo que é vivo. O público ainda vai ter surpresas”, garantiu a famosa, que dá vida à Filó, para a revista Veja. “Eu estou tentando assistir à novela como público também. Fora as cenas de que participo, eu consigo ter um discernimento, eu reajo à novela. Mas eu te digo, eu acho que o Brasil estava com saudade do Brasil”, comentou.

“Eu acho que o Brasil estava com saudade de se conectar ao mesmo tempo em torno de algo agradável que reunisse a família e que pudesse se falar de temas que não se falam de uma maneira mais suave, sem dogmas, sem querer impor nada, criando ideias. Essa reunião conectada no mesmo horário, que é a dinâmica de novela, estava se esvaindo”, afirmou.

Dira Paes citou a relação com o seu filho: “Foi uma reconexão que eu vejo isso no meu filho de 14 anos. Eu sinto que isso traz energia e vira uma potência. Nós, atores, sentimos isso na pele, os capítulos têm agradado muito o público. Eu vejo que as pessoas falam: ‘Nossa, quando achava que já tinha assistido ao melhor capítulo, vem outro melhor, mais envolvente, já quero outro’. Acho que o brasileiro estava com saudade desse encontro, de uma coisa sem polarização”.

Dira Paes fala de de subserviência da Filó

Questionada sobre o fato da personagem de Pantanal ser alguém que está ali para servir o tempo todo ao amado, a famosa refletiu:

“Eu acho que a Filó é uma mulher que se submeteu a um formato de família sem almejar um reconhecimento dentro dos padrões naturais. Ela não quer nada que não seja para ela que não seja de verdade, de coração. E é uma relação que a gente vê muito por aí, de mulheres submissas e submetidas a trabalhos domésticos. E isso não é reconhecido de uma forma como a gente sabe que deveria ser”.

“Acho que a Filó representa essa fatia da sociedade em que as mulheres precisam ser mais reconhecidas pela sua atividade doméstica, vamos dizer. Esse tratamento é muito comum na sociedade brasileira, então acho ótimo que isso seja a discussão da Filó. Ao mesmo tempo, ela não é uma mulher sem voz, né? Tem ali também uma alquimia entre ela e Zé Leôncio que, aparentemente, ele é o que fala mais alto, mas não é ele quem decide. A gente vai perceber que as decisões, apesar do Zé Leôncio falar alto, as decisões estão no silêncio da Filó”, desabafou.

Da Redação
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