O passaralho anunciado pela CNN Brasil no início de dezembro não foi provocado sem motivo. As mais de 120 dispensas divulgadas nos últimos dias foram provocadas por informações chocantes de um rombo milionário gerado ao longo de três anos de vida do canal.
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A nova direção da emissora, comandada por João Camargo, tomou conhecimento de um déficit de R$ 236 milhões em seus dois primeiros anos de existência e, segundo informações do Notícias da TV, com um acréscimo de R$ 100 milhões pela crise enfrentada em 2022.
A CNN estreou em março de 2020, alguns dias após o início da pandemia no mundo. O noticiário quente, tanto pela crise sanitária quanto pela política do país não atraiu o público esperado e muito menos o mercado publicitário. As metas não atingidas interromperam os planos ambiciosos da época.
CNN Brasil faz engenharia fiscal para escapar da crise
Dentro dos documentos enviados e arquivados na Junta Comercial do Estado de São Paulo, o canal de notícias recebeu um aporte de R$ 236.100.750 em seus dois primeiros anos de trabalho.
Na contabilidade, Rubens Menin, dono do canal de notícias, aumentou o capital social da empresa de comunicação para R$ 236.600.750, um crescimento gigantesco de 473 vezes. 263 ações ordinárias nominativas da Novus Mídia S/A, a razão social da CNN Brasil.
As ações citadas foram compradas pela Conedi Participações Ltda, a holding controlada pela família Menin, de patrimônio estimado em R$ 25 bilhões.
Os três anos traumáticos financeiramente acabaram com o sonho da CNN em ter um casting formado por ex-estrelas da Globo. Na onda de demissões, Monalisa Perrone, Gloria Vanique e mais de 115 nomes foram mandados para o RH (Recursos Humanos) da sede.
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].