Líder de audiência na TV aberta há mais de 40 anos, a Globo apostou bilhões em investimentos no mundo digital e tecnológico. Raymundo Barros, diretor de estratégia e tecnologia da emissora, comentou como os algoritmos transformaram o canal.
VEJA ESSA
O primeiro exemplo foi dado com o globo.com, iniciado em 2000. “Não foi um processo em que começamos a desenvolver algoritmos em 2018, 2019”, disse ao jornalista Guilherme Ravache, do Valor Econômico.
O diretor lembrou que as coisas começaram a mudar mundialmente entre 2006 e 2007, quando o Google comprou o YouTube e a Netflix iniciou os seus investimentos no streaming.
Depois de 8 anos, o Globoplay surgiu. “Nós chegamos à conclusão de que depois de tantos anos com a Globo.com tendo desenvolvido capacitações importantes nos nossos três grandes portais, nós tínhamos condições de ter um produto de streaming”, falou.
BBB 2020 é responsável pela mudança de chave da Globo
Após o fracasso de audiência e repercussão em 2019, a Globo estreou a temporada 2020 do reality show com famosos. O boom na internet, com as votações intermináveis de domingo a segunda, mexeu com os ânimos do público.
O datacenter virou um enorme caos, com a busca desenfreada dos profissionais do setor atrás de equipamentos necessários para não sufocar o sistema. A direção chegou à conclusão que a migração para a nuvem era necessária.
O Google foi a empresa escolhida para fornecer a nuvem em razão da sua capacidade de análise de dados. Na briga com Amazon e Microsoft, o Google Cloud fez ofertas irrecusáveis e levou a disputa.
Em agosto, o Google revelou a Globo como vencedora do Customer of the Year Award, uma espécie de reconhecimento da emissora como dona do melhor plano de implementação de um programa de cloud entre todas as empresas de mídia do mundo parceiras da gigante da tecnologia.
Globo quer virar super app, mas não quer deixar a TV
De acordo com Barros, o conglomerado de mídia colocou uma meta: se tornar um super app, com capacidade para oferecer todos os conteúdos e soluções em todas as plataformas de maneira integrada.
No entanto, o dirigente não descartou a TV aberta, considerada o braço de maior relevância do Plim Plim. O global salientou a evolução necessária para manter a força e por isso levantou a ideia da TV 3.0.
Sincero, Barros frisou que diferentemente de seus concorrentes internacionais, a Globo começou no streaming de maneira diferente, com investimento em tecnologia antes de tudo.
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].