A Globo acaba de anunciar o retorno de Fina Estampa, uma novela que dividiu opiniões na época de sua exibição original.
Lançada em 2011, a trama de Aguinaldo Silva fez história na emissora não apenas pelo seu desempenho nas audiências, mas também pelas fortes críticas recebidas, até de seus próprios atores.
Embora tenha sido considerada um sucesso de audiência, Fina Estampa ficou marcada como uma das produções mais controversas da Globo, com personagens caricatos e atuações que até hoje geram vergonha alheia.
A volta de Fina Estampa ao ar
Em 18 de agosto de 2025, Fina Estampa retorna ao canal Globoplay Novelas (antigo Viva), substituindo Guerreiros do Sol.
Esta não será a primeira reprise da novela, que já havia voltado ao ar em 2020, durante a pandemia da Covid-19, para substituir Amor de Mãe, cujas gravações haviam sido interrompidas.
A decisão da Globo gerou divisões: enquanto muitos criticaram a escolha, outros se encantaram com os personagens que conquistaram o público, como Griselda (Lilia Cabral), Renê (Dalton Vigh) e a irreverente vilã Tereza Cristina (Christiane Torloni).
Apesar das críticas, Fina Estampa foi um sucesso de audiência. Durante sua exibição original, alcançou picos de 39 pontos de média na Grande São Paulo, um feito notável para a programação da emissora.
Durante a reprise em 2020, a novela manteve uma boa performance, com média de 33,7 pontos, provando que muitos ainda se lembram dela com carinho.
Controvérsias e críticas do elenco
Porém, apesar do sucesso de audiência, a novela foi alvo de críticas ferozes tanto do público quanto de alguns atores.
Fina Estampa foi acusada de retratar personagens excessivamente caricatos, de ter núcleos problemáticos e de apresentar atuações constrangedoras. Até mesmo Marco Pigossi, um dos galãs da trama, foi muito crítico sobre o seu trabalho e a produção como um todo.
Em uma conversa com João Vicente de Castro, no Instagram do canal GNT, Pigossi expressou sua vergonha sobre a novela: “Essa novela deveria ser proibida de reprisar, porque são tantas barbaridades. Você passar uma novela dessas hoje é uma loucura”, disse ele.
O ator não poupou críticas nem mesmo ao seu próprio desempenho, dizendo ter vergonha de suas “mechas loiras” e da sua atuação no papel de Rafael.
O polêmico personagem Crô
Outro ponto que gerou muitos comentários foi o personagem Crô, vivido por Marcelo Serrado. O mordomo gay de Tereza Cristina (Christiane Torloni) foi considerado um estereótipo exagerado e, em diversos momentos, sofreu ataques de outros personagens, incluindo sua patroa. O público, especialmente o LGBT, acusou a trama de ser insensível e até mesmo ofensiva.
Além disso, o relacionamento conturbado entre os personagens Baltazar (Alexandre Nero) e Celeste (Dira Paes) também foi muito criticado. O comportamento abusivo de Baltazar, que acaba sendo romantizado ao longo da trama, foi outro ponto de discórdia.
A reação de Aguinaldo Silva
Ao receber críticas, até mesmo dos seus próprios atores, Aguinaldo Silva, autor da novela, defendeu seu trabalho.
Em resposta a Marco Pigossi, o autor disse: “Esse ator está na contramão dos interesses dos telespectadores. Uma novela é criada para agradar ao público em geral. Se a interpretação não alcançou os níveis desejados, aconselharia o ator a frequentar a minha casa de arte”.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]