Miguel Falabella conversou com Tatá Werneck no “Lady Night”, da última quarta-feira (28), e contou que já passou por perrengues na sua carreira como ator na TV, desde de problemas nos bastidores até a sua escolha como o Caco Antibes no sitcom “Sai de Baixo”.
Falabella contou que precisou se reinventar no início da carreira por pessoas terem puxado o seu tapete, mas sem citar nomes. “Muita gente puxou meu tapete. Fui sacaneado, falaram ‘acabou’, e eu: ‘não vou ficar em casa, vou me reinventar’“, revelou.
O ator ainda disse que já encarou atrizes complicadas. “Várias, as mais insuportáveis. Trabalhei com todas“, contou.
Ele, no entanto, não escondeu os seus defeitos e problemas pessoais. “Já fui muito insuportável, ao ponto de chegar em casa e telefonar para pedir desculpa. Houve uma época em que fui muito maltratado romanticamente, fui sacaneado, chifrado, e estava gravando a novela ‘Cara & Coroa’ (1995). Estava muito infeliz“.
Na época das gravações da novela, ele recebeu conselhos de Maitê Proença. “Fazia o marido da Maitê Proença. Ela foi tão bonita comigo… Estávamos gravando em uma lancha em alto-mar, a câmera em outra lancha. Ela sentada, de repente olhou para mim e falou ‘Miguel, está tão insuportável trabalhar contigo, porra, pelo amor de Deus, faz alguma coisa, fica duro acordar de manhã, muito difícil trabalhar junto. Vou te dar um conselho: esquece essa história, se você não pode querer bem, não queira nada, olhe através’“, relembrou.
Miguel contou como conseguiu o papel de Caco Antibes, o seu personagem mais marcante na TV. “Chamaram outros atores que declinaram, não quiseram fazer o Caco Antibes. Pedi ao [diretor] Daniel Filho, ‘deixa eu fazer um teste, eu conheço esse cara, sei como ele é’, ele falou ‘vamos tentar’. Deu certo, graças a Marisa Orth, é uma das maiores atrizes deste país“.
Ele ressaltou ainda que o tempo do programa no ar foi o suficiente. “Foram sete anos, [está] de bom tamanho, Se tivéssemos insistido, íamos começar a nos repetir feio e essa saudade não existiria“.
Falabella ainda falou sobre um tema polêmico dentro do meio artístico, a Lei Rouanet. “As pessoas ficam falando besteira da Lei Rouanet. Tem coisas erradas? Tem sim, mas como um todo, é uma merda? Não é, não. Bem usada, ela é maravilhosa, 10% dos ingressos são destinados a pessoas que jamais foram um teatro, crianças que nunca viram um fenômeno teatral. Como eu, que tive uma avó que me levou e mudou minha vida“, declarou.
Tanto trabalho na TV e no teatro não o faz cansar? Sim, mas ele tem um método para renovar as energias toda a manhã. “Tomo caldo de rã todo dia de manhã, não é folclore. Tomo há 30 e tantos anos. Eu fervo ela, parece que as propriedades dela estão na cartilagem. Raramente fico doente, tenho muita energia, trabalho pra cacete“, afirmou ele.
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].