Diego Hypólito contou histórias reveladoras no livro biográfico intitulado Não Existe História Sem Sacrifício, no qual revelou momentos de tortura na intimidade com os demais atletas, quando tinha apenas 11 anos de idade.
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Está escrito, em um dos trechos, que ele era vítima de momentos de terror e abusos por parte dos atletas mais velhos, enquanto os treinadores e equipes técnicas viam tudo e não faziam nada. Um dos casos envolvia suas partes íntimas.
Diego Hypólito revelou que foi vítima de trote, no qual era obrigado a “pegar com o ânus uma pilha besuntada de pasta de dente. O uso da pasta era um requinte de crueldade, porque provocava uma grande ardência quando entrava em contato com a área”.
“Depois de pegá-la, deveríamos andar com ela e acertá-la dentro de um tênis que ficava em outro canto da sala”, disparou, revelando que não conseguiu cumprir o desafio e acabou tendo uma convulsão, precisando ser levado para a enfermaria.
Aos 12 anos, ele foi obrigado a tirar a roupa com mais dois ginastas em um quarto: “Eles mandaram ficar um ao lado do outro e escreveram com pasta de dente no nosso peito ‘eu” “sou” “gay”, uma palavra no peito de cada um”.
“Mais uma vez, riram, debocharam. Éramos muito novos e não sabíamos como defender”, lamentou. Em uma terceira ocasião, foi colocado em um caixão, sendo submetido a uma situação de humilhação.
“O caixote, então, era fechado com a tampa, e aí começava todo o terror. Enquanto alguém se sentava sobre a tampa, para não deixar a gente fugir, outros jogavam água e pó de magnésio lá dentro. Parecia que eu ia morrer ali dentro”, disparou.
“Você tenta prender a respiração para não inalar aquele pó, mas não tem jeito. Uma hora você precisa respirar, senão morre de verdade, sem ar. É como se você estivesse se afogando, sufocado”, revelou.
“A sensação era de que aquela tortura nunca ia acabar. Eu ficava muito mal, chorava muito. Era um pesadelo completo”, contou Diego, revelando que carrega até hoje vários traumas da violência.
“Tenho certeza de que me tornei claustrofóbico por causa do caixão da morte. Até hoje, só viajo do Rio para São Paulo, e vice e versa, de carro. Nem cogito pegar um avião. Quando preciso entrar num avião, tenho que me entupir de tranquilizantes para conseguir embarcar”, revelou.
“Fico nervoso dentro de túneis, não entro em elevador. Se tenho que ir ao décimo andar de algum prédio, vou de escada. Não consigo ficar em lugares fechados. Qualquer situação dessas, por mais corriqueiras que sejam, me remete àquelas sessões de tortura dentro do caixão da morte. Sim, porque era realmente isso: tortura, não trote”, disse.
“As pessoas zombavam do meu jeito de ser”, completou, dizendo que o ambiente da ginástica é machista e preconceituoso. As informações estão no livro de Diego Hypólito e foram divulgadas pelo jornal Extra.
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