Diretor da Globo se pronuncia sobre Jéssica Senra emitir opinião ao vivo

Jéssica Senra

Jéssica Senra não se calou diante da situação (Imagem: Reprodução / TV Bahia)

A jornalista Jéssica Senra, apresentadora da Globo que comanda o Bahia Meio Dia em Salvador, surpreendeu a todos ao emitir uma forte opinião sobre a intenção do Fluminense de Feira de Santana em contratar o goleiro Bruno.

O vídeo repercutiu nacionalmente e a Globo acabou sendo questionada sobre a liberdade por parte dos apresentadores dos seus telejornais em emitir opiniões pessoais sobre os assuntos abordados nas atrações.

Ao colunista Maurício Stycer, do UOL, o diretor de jornalismo da Globo, Ali Kamel, se pronunciou, revelando que conversou com o diretor de jornalismo da TV Bahia, Eurico Meira sobre o ocorrido.

A reportagem questionou pessoas que se mostraram favoráveis ao goleiro, condenado por matar Eliza Samudio, e Jéssica propôs expôr seu ponto de vista, tendo seu pedido autorizado pelo editor-chefe.

“O comentário não fere os nossos princípios. É vedado a todos se posicionar politico-eleitoralmente. Ou partidariamente. Mas, especialmente no jornalismo local, comunitário, criticar serviços administrativos mal feitos, criticar falta de segurança, coisas assim, é plenamente aceitável, desde que com contraponto, como houve”, declarou Ali Kamel.

“O caso é bem raro, por envolver uma questão moral. Mas foi legítimo o posicionamento dela e do telejornal (que trouxe opiniões contrárias à dela e, mais tarde, expôs mensagens na internet contra e a favor durante o jornal)”, explicou ainda.

“E, sim, (Cesar) Tralli e (Rodrigo) Bocardi e qualquer um poderiam agir igual. Aliás, já agem, criticando mau atendimento na saúde etc etc. Desde que com opiniões contrárias”, revelou o diretor.

Confira:

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Eu acredito na recuperação do ser humano. Acredito que a maioria das pessoas merece outras chances depois que comete erros, porque errar é da essência humana. O perdão é um dos sentimentos mais belos que podemos cultivar. Mas perdoar alguém não significa esquecer o que esse alguém fez nem permitir que esse alguém continue em nossa vida. Perdoar e dar uma nova chance não apaga o que foi feito, não se pode fingir que nada aconteceu. Embora juridicamente o cumprimento de uma pena libera o condenado para seguir sua vida normalmente, é socialmente que precisamos pensar no que toleramos ou não. Nem tudo é apenas questão de lei. Há comportamentos legais que são imorais. Um condenado pode e deve ser ressocializado. Deve merecer uma segunda chance. Mas penso que, depois de um crime tão perverso, voltar a ser ídolo, a estar numa posição que lhe confere status de ídolo, é bastante questionável. Penso que o feminicida deve voltar ao trabalho, mas não no futebol, não como ídolo. Defendo sua ressocialização, mas longe de qualquer torcida. E isso não é a lei que vai decidir. É a sociedade. E se ele tivesse estuprado um bebê? O que os “fãs” diriam? Lembro que há pouco mais de dois anos, jogadores foram flagrados num vídeo masturbando uns aos outros no vestiário de um clube gaúcho. Os quatro jogadores foram dispensados. Seus nomes, inclusive, foram poupados para evitar que eles fossem banidos do futebol. E é bom que fique bem claro: eles não cometeram crime algum, não fizeram nada contra a vontade de ninguém! Mas, absurdamente, a homossexualidade ainda é intolerável no futebol. Ser feminicida é aceitável? O que você pensa disso? #NãoAoFeminicídio

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