Em meio a crise que os deixou descapitalizados, os canais SBT, Record e RedeTV!, sócios na Simba, entraram na disputa contra o grupo de mídia espanhol Mediapro e o banco brasileiro BTG Pactual pela compra dos dois canais Fox Sports no Brasil.
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De acordo com o site Notícias da TV, a joint venture das três emissoras apresentou uma oferta para arrematar as empresas esportivas da TV fechada. A proposta será analisada junto com as demais pelo Conselho Administrativo de Direito Econômico (Cade). Os valores estão sendo mantidos em sigilo pelo órgão.
O Cade tem até fim deste mês para decidir se a rede será, de fato, vendida para um dos três interessados ou se a Disney vai passar a incorporar os canais à ESPN Brasil.
A indefinição sobre o futuro dos canais Fox Sports vem se arrastando desde julho do ano passado, quando o grupo 21st Century Fox foi vendido para Disney por R$ 71,3 bilhões. No Brasil, a fusão foi aprovada, mas por já deter a ESPN, o tribunal administrativo entendeu que as duas marcas acarretaria no aumento da concentração do mercado de transmissões e direitos esportivos.
Por este mesmo motivo que a Globo, detentora dos canais SporTV e Premiere na TV Paga, não pôde entrar na briga. O Cade decidiu diante de todo o impasse rever o processo de fusão, pedindo sugestões às interessadas para o fim do problema; as primeiras respostas chegaram na última semana.
Enquanto não chegar em um acordo, a Disney está impedida de demitir profissionais dos Fox Sports e também de vender a propriedade de seus ativos, como os direitos de transmissão da Libertadores, considerado o carro-chefe do canal esportivo.
Especialistas apostam que a Simba, das três, é a que menos tem chances de levar a melhor na disputa. O faturamento bruto do SBT, da Record e da RedeTV! é muito menor que o lucro líquido arrecadado pelo BTG Pactual. Para levar a melhor, a companhia deveria utilizar os aportes financeiros das três emissoras abertas, que vem demonstrando lucros minguados; porém o apoio das sócias ao governo Bolsonaro poderia beneficiá-las, através da aquisição de um capital político.
A Mediapro, por outro lado, é apontada como o mais provável de vencer esta disputa. O conglomerado catalão é responsável pelos direitos de exibição da Champions League, principal campeonato interclubes do mundo, e da La Liga de futebol espanhol, entre outras grifes. Na Europa e Ásia, revende o Campeonato Brasileiro e a Libertadores.
Já o BTG Pactual analisa a possibilidade de negócio para um cliente. Quinto maior banco brasileiro, a instituição teve um lucro líquido de R$ 3,8 bilhões só no ano passado, quando, em dezembro, demonstrou o seu primeiro interesse em investir em mídia ao comprar, da editora Abril, a revista Exame.
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