Caio Coppolla e Augusto Botelho voltam a bater boca na CNN Brasil

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Caio Coppolla e Augusto Botelho batem boca e são interrompidos na CNN Brasil (Imagem: Reprodução/ CNN Brasil)

O clima do programa O Grande Debate, da CNN Brasil, voltou a ficar pesado nesta quarta-feira (10). Na atração, Augusto de Arruda Botelho e Caio Coppolla exaltaram os ânimos e precisaram ser controlados por Monalisa Perrone.

O advogado e o analista político debatiam sobre inquérito das fakes news, mas eles acabaram saindo do controle. Coppola criticou os ministros do STF e analisou que a atual situação “mostra como a composição do Tribunal realiza contorcionismo intelectual para impor sua vontade aos seus adversários políticos e à população em geral”.

“A portaria que deu origem a esse inquérito, promulgada pelo senhor Dias Toffoli, não delimitava um objeto específico, simplesmente relatava possíveis infrações genéricas. Vou ler o trecho específico dessa portaria: ‘O presidente do Supremo Tribunal Federal, no uso de atribuições que lhe conferem o regimento interno, considerando a existência de notícias fraudulentas, conhecidas como fake news, denunciações caluniosas, ameaças que atingem a honorabilidade e a segurança do STF, resolve, nos termos do artigo 43, inquérito criminal para apuração de fatos infratores correspondente em toda sua dimensão'”, afirmou ele.

“Então, percebam que a justificativa que fundamenta a portaria que instaura o inquérito é o tal artigo 43 do regimento interno”, acrescentou o Bacharel em Direito, que ainda leu o artigo 43 do regimento interno do STF.

“Desafia a lógica que um cartaz em uma manifestação ou um post na internet, ainda que ofendam a honra dos ministros, sejam realizados na dependência do STF“, declarou.

Augusto, então, reagiu: “Sobre seu primeiro argumento, entendo que ele pareça superficial, mas ele foge da realidade da doutrina de Direito Penal. Primeiro, o inquérito de fake news não investiga apenas fake news há meses, e sim temas muito mais graves. O crime de ameaça se consuma quando a vítima toma conhecimento da ameaça. Se um ministro tomou conhecimento da ameaça na sede do Supremo, seu argumento já perde validade”.

O outro convidado subiu o tom e disparou: “Entendi. Se ele tomou conhecimento vendo o WhatsApp no banheiro, aí pode”. “Banheiro da onde? Do Supremo? Ele tomou conhecimento na casa dele“, declarou o advogado. “Tá ótimo, doutor. Excelente argumentação”, rebateu Caio Coppolla, aos risos.

“Caio, isso aqui não é opinião. Desculpe se você não lembra da faculdade. Isso é o que a lei diz. Não é a opinião do Augusto [Aras, Procurador-geral da República]. A ameaça se consuma no momento que você toma conhecimento da ameaça. Não tem nenhuma divergência”, disparou Augusto.

“Não tem nenhuma divergência? Então, o que você está falando é um fato”, declarou o rival, em tom irônico. “Inclusive, nem o próprio Augusto Aras divergiu dessa opinião. Só você está divergindo dessa opinião. O Aras, hoje, no julgamento, entende que o inquérito é legal”, rebateu o outro.

“A PGR pediu o arquivamento…”, comentou o bacharel, antes de ser interrompido por Augusto: “A Raquel Dodge… Você está com a informação errada, Caio”. “Ué, ela não era a procuradora-geral da República?”, questionou Coppola.

“Hoje, é um novo procurador. Se atualiza. Você não assistiu ao julgamento hoje”, disse o concorrente. “Sim, que aliás cometeu um grande erro e mudou de opinião. Eu falei na minha fala inicial. Você que não estava prestando atenção“, afirmou o analista.

“Sou a favor de serem apuradas as ameaças, esse tipo de coisa. Agora, você não pode colocar tudo na mesma prateleira, muito menos em um inquérito que tem vício de origem, em que a vítima é investigadora, acusadora e vai julgar”, declarou Caio.

Caio, isso é meme de WhatsApp. Você fez Direito. Não fale isso”, disse Botelhos. “Ah, pelo amor de Deus, doutor”, ironizou o outro. “Então, eu vou te explicar“, respondeu Augusto, antes do analista político rebater: “Vai ter que fazer uma explicação muito criativa”.

Os dois seguiram com a discussão e Monalisa optou por interrompê-los na CNN Brasil. “A divergência é bem-vinda, isso é debate, mas as pessoas precisam entender, escutar. Se os dois falam ao mesmo tempo, um fala mais alto que o outro, é pior ainda. O debate tem que acontecer, respeitando o telespectador”, declarou ela.

Da Redação
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