Aguinaldo Silva afirma sofrer bullying por crise de “O Sétimo Guardião”

Aguinaldo Silva

Aguinaldo Silva e Marina Ruy Barbosa, a protagonista de “O Sétimo Guardião” (Imagem: Reprodução / Instagram)

Aguinaldo Silva fez um longo desabafo nas redes sociais por causa da crise que ele enfrenta em “O Sétimo Guardião”. A atual novela das 21h da Globo tem sofrido pela baixa audiência e polêmica em seus bastidores.

Não bastassem os problemas internos, foi divulgada a informação, pelo jornalista Ricardo Feltrin, do UOL, que uma reunião com parte do elenco da novela e a direção da Globo foi feita para o canal pedir desculpas ao elenco do folhetim.

Nesta sexta-feira (15), Aguinaldo usou o Facebook e afirmou que tem sofrido bullying, aos 75 anos de idade, em meio aos ataques por causa da novela. O título do texto? “Seu nome é bullying”.

“Tenho 75 anos hoje. E não me venham deitar regras sobre bullying, eu sei como ele é, conheço as várias maneiras através das quais é cruelmente exercido… Por isso afirmo aqui com todas as letras: isso que estou sofrendo agora é bullying”, afirmou.

Confira o desabafo completo:

“Seu nome é bullying

Em 1957, num colégio da cidade do Recife, concorrendo com várias meninas e sem que meu nome sequer fosse pronunciado, fui eleito Rainha da Primavera. 

Eu tinha 13 anos. 

A eleição deixou aqueles que a arquitetaram fora de controle. Eram meninos da minha idade ou pouco mais velhos. Na hora do recreio, que se seguiu ao pleito, fui perseguido e achincalhado por eles. Em pânico, acuado, fui me refugiar no banheiro.

Eu tinha 13 anos. 

Lá, trancado numa das privadas, vi que os meninos, a gritar e jogar porcarias em mim através da abertura na porta – que já estava sendo arrombada – estavam fora de si. A partir dali eles poderiam fazer qualquer coisa, inclusive me bater até a morte.

Eu tinha 13 anos. 

Trancado no banheiro eu gritava e chorava de medo, até que o Pastor Albérico, o capelão do colégio – que era de denominação batista – interveio e, depois de levar ele próprio alguns safanões, conseguiu afastar a turba descontrolada dos arredores do banheiro. A seguir mandou que abrisse a porta, eu obedeci, e ele ainda me fez uma censura: “a eleição para Miss e tudo mais só aconteceu por causa deste seu jeito”. Qual era o jeito? Eu era gay, dava pinta e sim…

Eu tinha 13 anos. 

Saí do colégio naquele dia achando que nunca mais seria o mesmo. E mesmo não o sendo, fui para casa e agi com meus pais e meu irmão como se nada tivesse acontecido. Eles nunca souberam, sequer desconfiaram, da situação de pânico e absoluto desespero pela qual eu tinha passado.

Eu tinha 13 anos.

No dia seguinte eu estava de novo no colégio no meio dos meus quase linchadores. E dia após dia suportei durante dois anos as gozações e grosserias deles, sem ter um dia sequer de trégua, até terminar o ginásio e mudar de colégio.

Eu tinha 13 anos. 

Tenho 75 hoje. E não me venham deitar regras sobre bullying, eu sei como ele é, conheço as várias maneiras através das quais é cruelmente exercido… Por isso afirmo aqui com todas as letras: isso que estou sofrendo agora é bullying”.

Paulo Carvalho
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Paulo Carvalho

Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].