Buscando “morder” um pedaço da fatia do mercado jornalístico, a Band está atenta às transformações que vem ocorrendo no Brasil. Diante disso, a emissora do Morumbi planeja fazer uma alteração em seus telejornais, além de mexer na grade de programação.
De acordo com o diretor executivo Caio Luiz de Carvalho, o novo projeto que estreia na próxima segunda, “Bora SP”, faz parte de uma das metas do canal: interação com toda a plataforma da Rede Bandeirantes de Comunicação.
“Eu cuido da Band São Paulo, caso do ‘Bora SP’, e da programação de jornalismo. Para que este telejornal entrasse na grade de programação, o ‘Café com Jornal’ vai começar às cinco horas da manhã, ou seja, o jornalismo da Band vai começar às cinco da madrugada“, contou. “Serão duas horas de ‘Café com Jornal’, começando às cinco. Depois vem duas horas do ‘Bora SP’ cobrindo São Paulo e a Grande São Paulo“, pontuou.
Questionado se a Band está de olho na concorrência, que tem usado das armas do jornalismo ao vivo durante boa parte da madrugada, o diretor da Band reforçou a necessidade do jornalismo como marca da emissora na disputa pela fatia da audiência.
“Uma fatia que já é dela e que a rádio [Bandeirantes] já ocupa com o jornalismo de madrugada. Consta aí que nós temos cerca de três milhões de telespectadores que praticamente não dormem e nós teremos muitas novidades, nesse período da madrugada, com essa integração do Grupo Bandeirantes“, revelou. Ele ressaltou que, com noticiário ao vivo a partir das 5h, a Band vai falar “com 23 milhões de pessoas em 53 cidades“.
Indagado sobre as mudanças afetarem as afiliadas, Caio Carvalho disse que isso é positivo para que cada canal local produza mais jornalismo regional: “Algumas afiliadas que quiserem ter o sinal aberto para exibirem conteúdo local, terão a possibilidade“.
“Essa mudança de grade da versão local, entre sete e nove horas, mexe com todas as afiliadas que poderão trabalhar este horário localmente, pois será positivo para elas no sentido de reforçarem a presença local e até na questão de faturamento. A ideia da Band é que a emissora afiliada no Rio de Janeiro seja a mais carioca de todas. O regionalismo é trabalhando regionalmente porque as coisas acontecem localmente. Isso significa que não tenha um olhar nacional, mas a ideia é trabalhar regionalmente“, garantiu Caio ao RD1.
“Vai ter o ‘Bora Bahia’, ‘Bora Rio de Janeiro’ e outras capitais que já estão com as suas marcas e vai ter o ‘Bora Brasil’, ou seja, cada Estado e cada unidade da Band já registrou isso. A rede tem essas marcas“, revelou.
Em relação às plataformas digitais, a Band planeja integração com as mídias sociais junto aos veículos de comunicação da emissora. “Nós tivemos experiências pioneiras do próprio ‘MasterChef’. Tivemos experiência nas eleições presidenciais, então, a Band já tem um certo conhecimento do que pode acontecer e adianto que teremos novidades nessas áreas nos próximos dias“, adiantou Caio.
“A informação continua pelas redes sociais quando a pessoa sai de casa. Pelas redes sociais vamos ter conversas com os cidadãos mandando vídeos. Um exemplo disso é o que acontece na Band News FM com o WhatsApp, nós vamos ter a mesma coisa na TV e que continua nas redes sociais durante todo o dia além dos boletins que vão acontecer durante tora a programação“, complementou.
“O André Luiz Costa [Diretor executivo de jornalismo da Band e do canal BandNews] está trabalhando em um grande projeto, até por conta da experiência que ele teve com Youtube nas eleições presidenciais, o que a equipe do ‘MasterChef’ teve, o André Costa está trabalhando esta questão de intensificar a interligação das plataformas da Band com todo esse mundo digital“, disse Caio.
Caio Carvalho ainda contou ao RD1 sobre a possibilidade de exibição dos campeonatos de futebol Alemão, Francês e Italiano pela Band. “A Band está voltando a trabalhar, fortemente, jornalismo e esporte. Tivemos a transmissão da NBA que foi um sucesso. Nós tivemos a Band abraçando a causa do futebol feminino que foi um sucesso. Nós atingimos quase quatro [pontos] de pico de audiência no jogo entre São Paulo e Palmeiras no feminino“, enalteceu.
“Existe uma negociação sobre alguns desses campeonatos e essa parceria que foi feita da Série C no Nordeste também foi um sucesso. Existem Estados e emissoras da Band no Nordeste que estão ficando em segundo lugar em audiência com a exibição desses jogos, então, está aprovado que é fundamental trabalhar questões regionais“, disse o diretor.
Sobre o vôlei feminino, Carvalho contou que começou esse processo em 1972, junto com Luciano do Vale, de trazer jogos para a TV. “Eu acho que tem tudo para acontecer. Está em negociações. A história do sucesso do vôlei está intimamente ligada à TV Bandeirantes e ao Grupo Bandeirantes”, disse Caio que reforçou sobre a Band voltar a implementar o esporte em sua programação; afinal, o slogan “Canal do Esporte” segue associado à casa.
“A Band está voltando com o esporte na programação, mas está voltando com juízo. A questão dos direitos autorais do esporte, de certa forma, fez com que muitos dos desejos que pudéssemos ter, a conta não fecha e o juízo é importante. O futebol feminino foi assim, agora o futebol francês, a questão do vôlei e a NBA. Acho que é esse o caminho“, disse.
Caio Carvalho ainda contou sobre a possibilidade de transmissões do campeonato brasileiro. “Não há negociações, pelo que eu sei. Nossa relação é boa com a Globo, mas não existe negociação pelo futebol brasileiro. O que temos é o Band Sports que está negociando as Olimpíadas [Tóquio, 2020]”, concluiu.