Aline Wirley concedeu entrevista ao canal no YouTube de Kelly Key e contou pela primeira vez que é bissexual. De acordo com a ex-integrante do Rouge, ela já chegou a se relacionar com uma mulher antes de se casar com o ator Igor Rickli.
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A cantora abordou o assunto após ter recebido a seguinte pergunta: “Você tem alguma história para contar que nunca disse em lugar algum? Só para viralizar meu vídeo”.
Em resposta, Aline abriu o jogo e afirmou: “Sou bissexual. Nunca falei isso para ninguém, você está sendo a primeira pessoa”.
“Me descobri. Um dia olhei para uma mulher e fiquei ‘ué’. Na verdade, foi um amor por aquela pessoa que brotou. Vivi uma história de amor muito linda com ela. Foi há muitos anos”, disse em seguida.
“A gente está em um momento de desconstrução de vários paradigmas. Hoje, a gente pode ter esse tipo de conversa e isso é muito legal”, acrescentou.
A famosa finalizou o assunto refletindo sobre o quanto é difícil exercer a própria sexualidade dentro de uma sociedade ainda tão conservadora:
“É muito difícil ser o que a gente é dentro das ‘caixinhas’ que a sociedade quer colocar a gente, então eu realmente espero que trocar uma ideia como essa faça a outra pessoa ver ‘meu Deus, estou chocada, a Aline gosta de meninas também’”.
“Que outras pessoas também digam ‘que legal, eu também sou essa pessoa. Que bom que ela está falando tão tranquilamente'”, finalizou.
Há alguns meses, Aline gravou um depoimento para as redes sociais no qual fez um desabafo sobre o racismo. A artista lembrou experiências de quando era empregada doméstica e como o modelo de sociedade discriminatória a prejudicou.
“O racismo é algo muito sério. Sou uma mulher preta, de 38 anos, lutei muito para chegar onde estou hoje. E é inadmissível continuarmos vivendo como estamos vivendo”, disse.
A cantora elegeu quando decidiu adotar o visual com a cabeça raspada, o momento mais difícil para sua consciência racial.
“Me despertei como mulher negra há três anos. Este momento aconteceu para mim quando tirei meu aplique, minhas madeixas louras. O dia que tirei foi um dos mais difíceis da minha vida inteira. Nunca achei que aquilo pudesse ser tão doído”, comentou.
“Isso acontece porque o povo preto, a nossa história é apagada. Quando se nasce preto num país como o nosso a gente não tem referência do que é bom (…) A maioria da população do nosso país é preta e sobrevive da maneira que pode. Assim é a minha família”, lamentou.
“Ao longo da vida, eu sofri muito racismo. A sociedade faz com que os negros não compreendam, até aqui, esse momento, o quanto é nocivo, o quanto é doído, porque a gente ‘nasceu para ser assim’”, recordou.
“Eu não entendia o que estava errado o que faziam comigo porque para mim era o normal. Eu fui crescendo, buscando meus caminhos… Assim como as mulheres da minha família eu também fui empregada doméstica… Até que aconteceu o Rouge na minha vida”, completou.
Assista:
Álvaro Penerotti sempre foi bastante engajado a tudo que envolve o mundo da TV e Famosos. Com intensa vivência na área de jornalismo e mídias sociais, já trabalhou em rádio e também em importantes veículos de comunicação na web. Pode ser encontrado nas redes sociais por meio do @AlvaroPenerotti.